
29/06/2011
Foi a cor dos olhos
Da minha janela eu podia ver claramente a luz entrar, eu podia ver ciscos de poeira que voavam a esmo. As definições sobre tudo me cabiam e me satisfaziam perfeitamente. Eu podia ter, da minha cama, os melhores sonhos e dos meus pensamentos, as maiores vontades. Da minha vida eu podia tomar o rumo que quisesse, podia escolher como seria o meu dia. Dos meus impulsos eu podia ser qualquer coisa e podia me pintar no papel que escolhesse. Mas isso foi antes. E logo eu que jurei por Deus não morrer por amor...

17/06/2011
Filosofia e Bem-Estar Animal
Desde antes de Cristo filósofos questionavam assuntos que despertavam interesse ou impactavam a vida. Aristóteles, filósofo da Antiguidade, exerceu influencia no pensamento, ação de seus contemporâneos e de pessoas da atualidade. Acreditava que animais estariam a serviço do homem para uso-fruto sendo, desprovidos de razão, fato que os distinguiria dos humanos.
Atualmente, a teoria Produtivista, cuja base filosófica vem das ideias de René Descartes, afirma que os humanos são os únicos membros da comunidade moral, sendo espécie pensante que possui o direito sobre o modo de vida dos animais. Muitos sistemas produtivos os subjugam em busca de lucro, sendo o sofrimento animal justificado pelo aumento da produtividade.
Apesar de não sermos filósofos não estamos desautorizados a comentar sobre “ética” na produção animal. A sociedade civil organizada e movimentos sociais trouxeram preocupações éticas com a produção animal. Estas preocupações foram acompanhadas por reflexões e trabalhos de diversos filósofos como Ruth Harrison, Willian Russel, Rex Burch, Peter Singer, Tom Regan, que apresentaram questões humanitárias e filosóficas, tomando ora posição moderada frente aos debates ora aliando-se a movimentos radicais.
Filósofos contemporâneos sentiram necessidade de novas reflexões acerca da abordagem do Bem-Estar no tocante à produção, experimentação e direitos animais. Ruth Harrison deu inicio a discussões sobre Bem-Estar Animal através do lançamento de seu livro, Animal Machines, onde denunciou maus tratos que os animais eram submetidos na criação confinada. A publicação impactou a comunidade européia chegando ao Parlamento Britânico que criou o comitê Brambell para analisar a situação. Isto abriu caminho para outros manifestarem-se sobre o assunto conturbado. Tom Regan, Stephen Clark e Bernard Rollin, passaram adiante a idéia de que animais têm direitos. Comitês e Conselhos de Bem-Estar foram criados como o FAWAC (Farm Animal Welfare Advisory Council), que posteriormente passou a ser FAWC (Farm Animal Welfare Committee) existindo atualmente e considerando que animais mantidos pelos homens devem estar protegidos de sofrimento e baseia suas considerações em 5 liberdades. Peter Singer e Tom Regan escreveram Animal rights and human obligations (1981) também impactando a nível global as considerações sobre Bem-Estar. A partir dessas novas visões e manifestações, criaram-se relatórios apresentando Códigos de Boas Práticas e Manejo. Tom Regan lançou outro livro, In defense of animal rights (2001), mostrando que o debate continua. Grupos, ONGs, conservacionistas, vegetarianos, protecionistas ou defensores da liberdade animal influenciam a ciência e prática de ações relacionadas ao Bem-Estar Animal baseados no pensamento dos filósofos do passado e contemporâneos.
Este foi outro texto enviado para mais uma tarefa da WSPA.
Atualmente, a teoria Produtivista, cuja base filosófica vem das ideias de René Descartes, afirma que os humanos são os únicos membros da comunidade moral, sendo espécie pensante que possui o direito sobre o modo de vida dos animais. Muitos sistemas produtivos os subjugam em busca de lucro, sendo o sofrimento animal justificado pelo aumento da produtividade.
Apesar de não sermos filósofos não estamos desautorizados a comentar sobre “ética” na produção animal. A sociedade civil organizada e movimentos sociais trouxeram preocupações éticas com a produção animal. Estas preocupações foram acompanhadas por reflexões e trabalhos de diversos filósofos como Ruth Harrison, Willian Russel, Rex Burch, Peter Singer, Tom Regan, que apresentaram questões humanitárias e filosóficas, tomando ora posição moderada frente aos debates ora aliando-se a movimentos radicais.
Filósofos contemporâneos sentiram necessidade de novas reflexões acerca da abordagem do Bem-Estar no tocante à produção, experimentação e direitos animais. Ruth Harrison deu inicio a discussões sobre Bem-Estar Animal através do lançamento de seu livro, Animal Machines, onde denunciou maus tratos que os animais eram submetidos na criação confinada. A publicação impactou a comunidade européia chegando ao Parlamento Britânico que criou o comitê Brambell para analisar a situação. Isto abriu caminho para outros manifestarem-se sobre o assunto conturbado. Tom Regan, Stephen Clark e Bernard Rollin, passaram adiante a idéia de que animais têm direitos. Comitês e Conselhos de Bem-Estar foram criados como o FAWAC (Farm Animal Welfare Advisory Council), que posteriormente passou a ser FAWC (Farm Animal Welfare Committee) existindo atualmente e considerando que animais mantidos pelos homens devem estar protegidos de sofrimento e baseia suas considerações em 5 liberdades. Peter Singer e Tom Regan escreveram Animal rights and human obligations (1981) também impactando a nível global as considerações sobre Bem-Estar. A partir dessas novas visões e manifestações, criaram-se relatórios apresentando Códigos de Boas Práticas e Manejo. Tom Regan lançou outro livro, In defense of animal rights (2001), mostrando que o debate continua. Grupos, ONGs, conservacionistas, vegetarianos, protecionistas ou defensores da liberdade animal influenciam a ciência e prática de ações relacionadas ao Bem-Estar Animal baseados no pensamento dos filósofos do passado e contemporâneos.
Este foi outro texto enviado para mais uma tarefa da WSPA.
08/06/2011
Senciência Animal
Eis um texto feito por mim e por Emília Davanzo para uma tarefa da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal). Quem quiser saber mais sobre a sociedade, dá uma olhadinha no site: http://www.wspabrasil.org/. Vale muito a pena!
A senciência é um conceito intrinsecamente ligado aos humanos, e uma série de questionamentos surge quando o mesmo é estendido aos animais. Senciência significa ter capacidade de vivenciar sentimentos e emoções, poder sentir dor e sofrer, mas o oposto também é verdadeiro – o animal senciente também tem a capacidade de sentir prazer. Não sabemos em que ponto na escala evolutiva reside a linha limítrofe entre a presença e a ausência de senciência, porém, trabalhos científicos reúnem motivos e experiências que buscam sua comprovação.
Tem-se ainda muito ceticismo no meio científico e profissional em relação à senciência animal, mas se os animais são considerados então simples máquinas, como sugere a teoria do filósofo Descartes, como a semelhança com a inteligência humana, exibida por eles, pode ser explicada? Em estudos sobre preferências ambientais (Dawkins, 1980) galinhas puderam escolher entre viver em gaiolas ou livremente. As acostumadas a viver soltas, preferiram permanecer livres, já aquelas acostumadas a viver em gaiolas, em um primeiro momento preferiram-na, embora posteriormente escolheram a vida livre. Deste modo, a escolha é fortemente influenciada pela experiência anterior. Deve-se notar que o fato de as galinhas preferirem viver fora de uma gaiola não é indicativo de sofrimento, mas sim de que elas possuem a capacidade de escolha.
Evidências sobre senciência animal foram testadas em diversos experimentos. Pode-se citar como exemplo os trabalhos realizados por Marian Dawkins, ligados à galinhas, que através de uma série de experimentos mostrou que as aves desenvolviam habilidades para encontrar alimentos disfarçados no ambiente, demonstrando capacidades cognitivas nesses animais. Existem também trabalhos como os realizados por Yue com trutas arco-íris, onde as mesmas eram mantidas em um tanque dividido em duas câmaras. Uma luz era acesa em uma câmara, onde receberia um estímulo ameaçador, como uma rede, e para evitá-lo, a truta deveria nadar até a outra câmara do tanque. Todas as trutas aprenderam em um período de 5 dias a responder à luz nadando para o outro tanque, demonstrando não só a senciência do animal através da capacidade de sentir medo como também a capacidade de memória dos mesmos, demonstrando um desenvolvimento cognitivo semelhante aos dos mamíferos. Esse trabalho tem não apenas a importância de provar a senciência animal e com isso ser ponto de apoio para justificativas sobre o cuidado com o bem estar animal como também estende esse conceito aos peixes, animais comumente taxados de desprovidos de emoções.
Referências:
DAWKINS, M. Perceptual changes in chicks: Another look at the ‘search image’ concept. Department of Zoology, University of Oxford UK. Received 4 December 1970; revised 19 March 1971.
S Yue, R.D Moccia, I.J.H Duncan. Investigating fear in domestic rainbow trout, Oncorhynchus mykiss, using an avoidance learning task. Received 12 March 2003; received in revised form 3 September 2003; accepted 21 January 2004.
http://www.labea.ufpr.br/publicacoes/pdf/P%E1ginas%20Iniciais%202%20Senci%EAncia.pdf
http://www.afac.ab.ca/current/sentience/05mar.htm
http://www.oie.int/doc/ged/D2044.PDF
http://animalbehaviour.net/JudithKBlackshaw/Chapter3f.htm
A senciência é um conceito intrinsecamente ligado aos humanos, e uma série de questionamentos surge quando o mesmo é estendido aos animais. Senciência significa ter capacidade de vivenciar sentimentos e emoções, poder sentir dor e sofrer, mas o oposto também é verdadeiro – o animal senciente também tem a capacidade de sentir prazer. Não sabemos em que ponto na escala evolutiva reside a linha limítrofe entre a presença e a ausência de senciência, porém, trabalhos científicos reúnem motivos e experiências que buscam sua comprovação.
Tem-se ainda muito ceticismo no meio científico e profissional em relação à senciência animal, mas se os animais são considerados então simples máquinas, como sugere a teoria do filósofo Descartes, como a semelhança com a inteligência humana, exibida por eles, pode ser explicada? Em estudos sobre preferências ambientais (Dawkins, 1980) galinhas puderam escolher entre viver em gaiolas ou livremente. As acostumadas a viver soltas, preferiram permanecer livres, já aquelas acostumadas a viver em gaiolas, em um primeiro momento preferiram-na, embora posteriormente escolheram a vida livre. Deste modo, a escolha é fortemente influenciada pela experiência anterior. Deve-se notar que o fato de as galinhas preferirem viver fora de uma gaiola não é indicativo de sofrimento, mas sim de que elas possuem a capacidade de escolha.
Evidências sobre senciência animal foram testadas em diversos experimentos. Pode-se citar como exemplo os trabalhos realizados por Marian Dawkins, ligados à galinhas, que através de uma série de experimentos mostrou que as aves desenvolviam habilidades para encontrar alimentos disfarçados no ambiente, demonstrando capacidades cognitivas nesses animais. Existem também trabalhos como os realizados por Yue com trutas arco-íris, onde as mesmas eram mantidas em um tanque dividido em duas câmaras. Uma luz era acesa em uma câmara, onde receberia um estímulo ameaçador, como uma rede, e para evitá-lo, a truta deveria nadar até a outra câmara do tanque. Todas as trutas aprenderam em um período de 5 dias a responder à luz nadando para o outro tanque, demonstrando não só a senciência do animal através da capacidade de sentir medo como também a capacidade de memória dos mesmos, demonstrando um desenvolvimento cognitivo semelhante aos dos mamíferos. Esse trabalho tem não apenas a importância de provar a senciência animal e com isso ser ponto de apoio para justificativas sobre o cuidado com o bem estar animal como também estende esse conceito aos peixes, animais comumente taxados de desprovidos de emoções.
Referências:
DAWKINS, M. Perceptual changes in chicks: Another look at the ‘search image’ concept. Department of Zoology, University of Oxford UK. Received 4 December 1970; revised 19 March 1971.
S Yue, R.D Moccia, I.J.H Duncan. Investigating fear in domestic rainbow trout, Oncorhynchus mykiss, using an avoidance learning task. Received 12 March 2003; received in revised form 3 September 2003; accepted 21 January 2004.
http://www.labea.ufpr.br/publicacoes/pdf/P%E1ginas%20Iniciais%202%20Senci%EAncia.pdf
http://www.afac.ab.ca/current/sentience/05mar.htm
http://www.oie.int/doc/ged/D2044.PDF
http://animalbehaviour.net/JudithKBlackshaw/Chapter3f.htm
01/06/2011
O tempo voa mais do que a canção
Ela não chorou quando o espinho da flor cruel que ela amou a machucou. A dor se arrastou por muito tempo, mas mesmo assim, nada de choro. Até que, ainda sensibilizada pela mesma dor, ela leu em algum lugar "Chora, Tistu, chora. É preciso. As pessoas grandes não querem chorar, e fazem mal, porque as lágrimas gelam dentro delas, e o coração fica duro." e então desatou a chorar, como nunca antes havia chorado. A citação foi o estopim, a razão que ela precisava para se libertar. E ela que se julgou forte, foi fraca quando muitas lágrimas vieram. Na calada da noite essas lágrimas, claras e salgadas e inquilinas da dor, vieram... E ainda que irmãs do desespero, elas a fizeram repensar em seus erros e a fizeram enxergar que a flor não era cruel, mas o seu espinho é quem lhe cravou uma marca profunda no peito, que já está cicatrizada e de lá não sairá mais.
Não precisou de meio dia para se sentir mais leve, foi instantâneo. E sentiu outra vez um vazio estranho, mas dessa vez era diferente. Não era fome. Comer não parecia tão importante. Estando ali, sozinha, de repente o seu pensamento focalizou alguém. E o seu coração apertou, mas não a deixou triste, pelo contrário, até deixou escapar um sorriso. Sentia-se alimentada por outra coisa. Dormiu e acordou com os mesmos pensamentos e estes a impulsionaram a ter um grande dia...
Quando o viu suas palavras saíram embaralhadas e suas mãos suaram. Então sua cabeça pensou direito, pode recuperar suas faculdades mentais por um momento, mas pouco depois perdeu-se novamente em sentimentos bons e confusos.
As borboletas que se confundem com dor de estômago voltaram. Mas agora não é mais dor, são elas mesmas. "Há quanto tempo, velhas amigas!! Não querem entrar e tomar uma xícara de café?" ela as convidou e prometeu que não vai mais tentar contê-las, pois já é hora de aceitar que os ventos mudam de direção e dessa vez, o vento as trouxe pra ficar e é bobagem lutar contra isso.
Não precisou de meio dia para se sentir mais leve, foi instantâneo. E sentiu outra vez um vazio estranho, mas dessa vez era diferente. Não era fome. Comer não parecia tão importante. Estando ali, sozinha, de repente o seu pensamento focalizou alguém. E o seu coração apertou, mas não a deixou triste, pelo contrário, até deixou escapar um sorriso. Sentia-se alimentada por outra coisa. Dormiu e acordou com os mesmos pensamentos e estes a impulsionaram a ter um grande dia...
Quando o viu suas palavras saíram embaralhadas e suas mãos suaram. Então sua cabeça pensou direito, pode recuperar suas faculdades mentais por um momento, mas pouco depois perdeu-se novamente em sentimentos bons e confusos.
As borboletas que se confundem com dor de estômago voltaram. Mas agora não é mais dor, são elas mesmas. "Há quanto tempo, velhas amigas!! Não querem entrar e tomar uma xícara de café?" ela as convidou e prometeu que não vai mais tentar contê-las, pois já é hora de aceitar que os ventos mudam de direção e dessa vez, o vento as trouxe pra ficar e é bobagem lutar contra isso.

18/05/2011
Comportamentos
Podemos modelar nosso comportamento de acordo com o ambiente em que estamos inseridos. Somos plásticos, mutáveis, influenciáveis e sofremos degradação. As nossas qualidades não nasceram conosco, mas atualmente exibimos inúmeras. Algumas qualidades despontam mais que outras. Eu poderia ser o pior ouvinte do mundo, mas sou forçado a ouvir, em certas ocasiões. Eu poderia ser uma pessoa muito desonesta, mas sou honesta ao lidar com minha família. Nossa personalidade, esse nosso gênio, desenvolvemos ao longo dos anos. Nascemos crus. Fomos forçados a adotar uma postura de acordo com as diferentes experiências vividas. Nossos traços característicos continuam a evoluir e a amadurecer, ainda respiramos e mantemos contato com o mundo. Alguns traços mudaram bastante na adolescência. Outros mudam agora, nesse instante. Podemos mudar depois de ler um livro, assistir um filme, decepcionar-se ou surpreender-se com a atitude de um qualquer ou de alguém que exerceu influência na nossa vida. Podemos também fingir que nada está acontecendo e modular os nossos comportamentos de acordo com a nossa vontade. Muito mais fácil nos acomodar e esperar que o mundo gire ao redor do nosso umbigo.
O desafio para nós, seres humanos, por vezes, é definir quais traços do nosso caráter precisam ser trabalhados e aceitar que certos comportamentos, por mais que tenham sido expressados ao longo de uma vida inteira e tomados como verdade universal, não cabem mais numa determinada conjuntura. Não precisamos ter mais perdas do que ganhos para compreendermos isso, mas as vezes uma única perda pode ser derradeira para o choque de realidade que precisamos sentir para acordar.
Viver não é fácil, por vezes é um soco no estômago.
O desafio para nós, seres humanos, por vezes, é definir quais traços do nosso caráter precisam ser trabalhados e aceitar que certos comportamentos, por mais que tenham sido expressados ao longo de uma vida inteira e tomados como verdade universal, não cabem mais numa determinada conjuntura. Não precisamos ter mais perdas do que ganhos para compreendermos isso, mas as vezes uma única perda pode ser derradeira para o choque de realidade que precisamos sentir para acordar.
Viver não é fácil, por vezes é um soco no estômago.
09/05/2011
Nádegas a declarar.
A pessoa desbundada sofre deveras mais do que a pessoa despeitada.
A desbundada jamais saberá o que falam por trás dela quando ela passa a não ser que o seu olho traseiro consiga visualizar tão bem quanto sente. A despeitada, por sua vez, tem a possibilidade de perceber olhares e comentários acerca do seu despeito. A despeitada também pode estufar o peito e seguir em frente, se ela estiver com a estima lá em cima. Nenhum homem deve se lembrar de uma mulher que não tem peitos do mesmo jeito que se lembra da que não tem bunda. A sem bunda é marcante.
Brasileiras desbundadas sofrem ainda mais, uma vez que grande parte da nossa fama no exterior é devido ao atributo volumoso que acompanha o corpo da grande maioria, ainda que não seja mérito portar tamanha musculatura na região glútea se há pouca massa cinzenta pensante. E sofrem ainda mais porque se estabeleceu uma ditadura das bundas grandes no país. Sintam o seguinte caso: A mulher desbundada decide comprar uma calça jeans maravilhosa que viu na vitrine de uma loja e descobre que a calça é desprovida de lycra. Eu digo pra vocês, NÃO COMPENSA nem provar a calça. Ficar passando vontade pra quê? É muito pano pra pouca bunda e o pano não vai colar nas suas nádegas. Na primeira sentada que a mulher der o tecido já empapuçou tudo. Então se ela decide levar a calça mesmo assim, a desprovida de bunda só vai enganar a si. Chega em casa, o namorado ainda tem a petulância de fazer um comentário do tipo "nossa mor, essa calça tá meio larga". Aí a mulher, no meio de uma crise da consciência ou eureka ou insight, chamem como quiser, diz: "NÃO, ela não está larga, SOU EU que não tenho bunda. Tá feliz agora?" e assim criou-se um desconforto muito grande no relacionamento da mulher com seu respectivo parceiro.
Conselho da noite: mulheres desbundadas, prefiram calças com lycra. E digo mais, com o cós alto, mas não tão alto que cubra seu umbigo. A intenção é ficar sensual ou simular a existência de uma bunda ali naquela planície. Acho que pior que desbundada é desbundada com o cofre aparecendo. Não cometam esse crime com vocês mesmas.
A despeitada bota um bojo, silicone, meia, estufa o peito ou aprende a viver com a situação. Já a coitada da sem bunda, vai fazer o quê? Nem sonhar com a entrada num grande grupo de funkeiras ela pode. Silicone na bunda? Não sei se o produto final ficará tão digno quanto mereceria. Ainda por cima, recebe apelidinhos carinhosos e a título de ilustração vou colocar aqui o menos maldoso: Fiat Uno. Jacaré também é bonitinho, né, gente?
Exageros e sarcasmo deixados de lado, me pronuncio em meu nome, sou aquela que não tem grande coisa de bunda, e em nome de todas aquelas que se sentem constrangidas de ter que subir uma escada sabendo que outra pessoa atrás a observa, se sentem constrangidas quando emagrecem e a primeira coisa que se esvai é o bumbum e por aquelas que simplesmente gostariam de ter uma bunda pra chamar de sua.
Mas ó, fica mais uma dica na noite: mais importante que bunda é ter jogo de cintura. Treinem e acreditem no potencial do seu rebolado.
A desbundada jamais saberá o que falam por trás dela quando ela passa a não ser que o seu olho traseiro consiga visualizar tão bem quanto sente. A despeitada, por sua vez, tem a possibilidade de perceber olhares e comentários acerca do seu despeito. A despeitada também pode estufar o peito e seguir em frente, se ela estiver com a estima lá em cima. Nenhum homem deve se lembrar de uma mulher que não tem peitos do mesmo jeito que se lembra da que não tem bunda. A sem bunda é marcante.
Brasileiras desbundadas sofrem ainda mais, uma vez que grande parte da nossa fama no exterior é devido ao atributo volumoso que acompanha o corpo da grande maioria, ainda que não seja mérito portar tamanha musculatura na região glútea se há pouca massa cinzenta pensante. E sofrem ainda mais porque se estabeleceu uma ditadura das bundas grandes no país. Sintam o seguinte caso: A mulher desbundada decide comprar uma calça jeans maravilhosa que viu na vitrine de uma loja e descobre que a calça é desprovida de lycra. Eu digo pra vocês, NÃO COMPENSA nem provar a calça. Ficar passando vontade pra quê? É muito pano pra pouca bunda e o pano não vai colar nas suas nádegas. Na primeira sentada que a mulher der o tecido já empapuçou tudo. Então se ela decide levar a calça mesmo assim, a desprovida de bunda só vai enganar a si. Chega em casa, o namorado ainda tem a petulância de fazer um comentário do tipo "nossa mor, essa calça tá meio larga". Aí a mulher, no meio de uma crise da consciência ou eureka ou insight, chamem como quiser, diz: "NÃO, ela não está larga, SOU EU que não tenho bunda. Tá feliz agora?" e assim criou-se um desconforto muito grande no relacionamento da mulher com seu respectivo parceiro.
Conselho da noite: mulheres desbundadas, prefiram calças com lycra. E digo mais, com o cós alto, mas não tão alto que cubra seu umbigo. A intenção é ficar sensual ou simular a existência de uma bunda ali naquela planície. Acho que pior que desbundada é desbundada com o cofre aparecendo. Não cometam esse crime com vocês mesmas.
A despeitada bota um bojo, silicone, meia, estufa o peito ou aprende a viver com a situação. Já a coitada da sem bunda, vai fazer o quê? Nem sonhar com a entrada num grande grupo de funkeiras ela pode. Silicone na bunda? Não sei se o produto final ficará tão digno quanto mereceria. Ainda por cima, recebe apelidinhos carinhosos e a título de ilustração vou colocar aqui o menos maldoso: Fiat Uno. Jacaré também é bonitinho, né, gente?
Exageros e sarcasmo deixados de lado, me pronuncio em meu nome, sou aquela que não tem grande coisa de bunda, e em nome de todas aquelas que se sentem constrangidas de ter que subir uma escada sabendo que outra pessoa atrás a observa, se sentem constrangidas quando emagrecem e a primeira coisa que se esvai é o bumbum e por aquelas que simplesmente gostariam de ter uma bunda pra chamar de sua.
Mas ó, fica mais uma dica na noite: mais importante que bunda é ter jogo de cintura. Treinem e acreditem no potencial do seu rebolado.
20/04/2011
O show tem que continuar
Uma vez li que a vida é como Las Vegas: as vezes você ganha, as vezes você perde, mas no final você sempre leva a pior, mas isso não significa que você não se divertiu! Woody Allen teria dito isso.
Outra vez escutei no filme Lisbela e o Prisioneiro que viver é que nem andar de bicicleta: se parar cai.
E olha que tudo me faz muito sentido agora, como num poema lido no centro da cidade de Campinas que me fez acreditar que a rosa só me podia dar o seu perfume, o vento só sua brisa e o amor tudo e nada mais, aceito as definições de vida e contento-me com aquilo que cabe a mim receber.
Outra vez escutei no filme Lisbela e o Prisioneiro que viver é que nem andar de bicicleta: se parar cai.
E olha que tudo me faz muito sentido agora, como num poema lido no centro da cidade de Campinas que me fez acreditar que a rosa só me podia dar o seu perfume, o vento só sua brisa e o amor tudo e nada mais, aceito as definições de vida e contento-me com aquilo que cabe a mim receber.
30/03/2011
Agora! Criança é atacada por Pit Bull
Hoje, o programa Brasil Urgente, trasmitido pela emissora Band, cujo apresentador é ninguém melhor do que José Luis Datena, apresentou uma reportagem que se transcorria ao vivo com a seguinte manchete no rodapé da tela: Criança é atacada por Pit Bull. Um helicóptero sobrevoava a região, em que o garoto supostamente e inocentemente foi atacado pelo animal, sob as ordens do Comandante Amilton. Todos os dias manchetes sensacionalistas como essa são televisionadas por esse programa. O apresentador, desprovido de qualquer jogo de cintura e profissionalismo faz qualquer coisa para aumentar o seu ibope. Ele grita, faz cena, reclama e intima as autoridades, botando sempre a maior banca. Mas hoje, essa manchete exclusivamente me irritou mais que as outras. Me "emputeci" pelo fato de que seres humanos como ele e programas de baixo nível jornalístico como o dele sempre passam uma ideia generalizada negativa sobre o comportamento dos cães da raça pit bull. Me manifesto pois sou proprietária de uma linda cadela desta raça. Ela nunca agiu de forma agressiva e que trouxesse medo aos meus familiares e amigos e assim da mesma forma nunca tratamos ela com reforços negativos. Quando é necessário agir com pulso firme, a voz também se firma e nossa postura já revela o que dela queremos.
O que acontece na realidade para que as pessoas generalizem o comportamento da raça se deve ao fato de uma minoria estúpida acreditar que esses animais devem ser criados para serem agressivos e servirem de cães guarda ou serem treinados para rinhas, não passando carinho e bons tratos ao animal. Além disso, muitas pessoas adotam esses cães só para desfilar por aí com um animal bonito e bem torneado e depois que se cansam abandonam na rua, deixando-os sem abrigo, alimentação e sem boas condições de saúde. Isso não acontece somente com os pit bulls. Faço faculdade de Medicina Veterinária e no campus temos um hospital veterinário que atende toda a região e por esse fato, as minorias pensam que aqui temos a obrigação de recolher os animais da rua, cuidar de todos aqueles que foram abandonados no campus por pessoas desprovidas de qualquer senso que acham que aqui trabalha-se por filantropia. Mas não é por aí, não podem ir se aproveitando do Hospital e ir abandonando o animal de estimação. Este sofre com o abandono, tem problemas psicológicos como um ser humano e distúrbios podem se desenvolver. São animais sensientes, ou seja, que sentem também e não é porque andam sob quatro patas e não falam que merecem ser tratados como um ser inanimado. Se as pessoas recebessem mais educação e cultura ou simplesmente fossem mais interessadas nessas questões talvez não teríamos e veríamos tantos maus tratos contra animais. Se bem que as pessoas não respeitam nem os próprios semelhantes, difícil fazer um apelo em prol dos animais.
É um desafio desfazer essa imagem negativa sobre os pit bulls, mas o povo absorve mais facilmente aquilo que lhes "tacam" via tv.
A disciplina de Etologia, ciência que estuda o comportamento dos animais, nos provê uma boa base para discussões como essas. O comportamento de um animal depende de vários fatores: ambientais, psicológicos, fisiológicos, idiossincráticos, emocionais, patológicos e etc etc etc. O tratamento de um animal, seja ele de companhia ou de produção, requer tato, requer humanidade. Dependemos dos animais para quase tudo na vida: para vestir, para comer, para beber leite, para trabalhar e para gerar renda de forma geral, além de outras coisas. Dentro de uma população humana temos diversos tipos de comportamentos, pensamentos, estilos de vida, modos de pensar, temperamentos. Porque dentro do mundo animal seria diferente? Nos excluímos desse mundo? Somos bípedes e podemos falar. O quê mais? Podemos ludibriar, seduzir e maltratar os outros.
Um cachorro de qualquer raça pode ser agressivo. Fatores o fizeram ser assim. Há que se dar nome aos culpados e não culpar aqueles que foram condicionados a apresentar certas características. Ou será que o animal nasceu assim? Nunca foi um cachorrinho peludinho fofinho cheio de amor pra dar e pra receber? Pinschers são cachorros bem irritantes quando querem? Não são porque querem, são porque foram estimulados a ser; são porque estão defendendo seu território ou os seus donos; são porque possuem um comportamento de valor adaptativo; são porque precisam perpetuar a espécie e manter predadores e ameaças a distância; são porque...
Gente, está tudo errado. Do jeito que está não dá mais. Que coisa heim. Comandante Amilton no águia. Põe na tela! Agora! Criança é atacada por Pit Bull. Brasil, vem comigo, Brasil! Você também acha que o pit bull deve morrer? Ligue para (011) 8080 1155. --> É O QUE DATENA DIRIA SOBRE ESSE ASSUNTO
Mas o que você me diz?
O que acontece na realidade para que as pessoas generalizem o comportamento da raça se deve ao fato de uma minoria estúpida acreditar que esses animais devem ser criados para serem agressivos e servirem de cães guarda ou serem treinados para rinhas, não passando carinho e bons tratos ao animal. Além disso, muitas pessoas adotam esses cães só para desfilar por aí com um animal bonito e bem torneado e depois que se cansam abandonam na rua, deixando-os sem abrigo, alimentação e sem boas condições de saúde. Isso não acontece somente com os pit bulls. Faço faculdade de Medicina Veterinária e no campus temos um hospital veterinário que atende toda a região e por esse fato, as minorias pensam que aqui temos a obrigação de recolher os animais da rua, cuidar de todos aqueles que foram abandonados no campus por pessoas desprovidas de qualquer senso que acham que aqui trabalha-se por filantropia. Mas não é por aí, não podem ir se aproveitando do Hospital e ir abandonando o animal de estimação. Este sofre com o abandono, tem problemas psicológicos como um ser humano e distúrbios podem se desenvolver. São animais sensientes, ou seja, que sentem também e não é porque andam sob quatro patas e não falam que merecem ser tratados como um ser inanimado. Se as pessoas recebessem mais educação e cultura ou simplesmente fossem mais interessadas nessas questões talvez não teríamos e veríamos tantos maus tratos contra animais. Se bem que as pessoas não respeitam nem os próprios semelhantes, difícil fazer um apelo em prol dos animais.
É um desafio desfazer essa imagem negativa sobre os pit bulls, mas o povo absorve mais facilmente aquilo que lhes "tacam" via tv.
A disciplina de Etologia, ciência que estuda o comportamento dos animais, nos provê uma boa base para discussões como essas. O comportamento de um animal depende de vários fatores: ambientais, psicológicos, fisiológicos, idiossincráticos, emocionais, patológicos e etc etc etc. O tratamento de um animal, seja ele de companhia ou de produção, requer tato, requer humanidade. Dependemos dos animais para quase tudo na vida: para vestir, para comer, para beber leite, para trabalhar e para gerar renda de forma geral, além de outras coisas. Dentro de uma população humana temos diversos tipos de comportamentos, pensamentos, estilos de vida, modos de pensar, temperamentos. Porque dentro do mundo animal seria diferente? Nos excluímos desse mundo? Somos bípedes e podemos falar. O quê mais? Podemos ludibriar, seduzir e maltratar os outros.
Um cachorro de qualquer raça pode ser agressivo. Fatores o fizeram ser assim. Há que se dar nome aos culpados e não culpar aqueles que foram condicionados a apresentar certas características. Ou será que o animal nasceu assim? Nunca foi um cachorrinho peludinho fofinho cheio de amor pra dar e pra receber? Pinschers são cachorros bem irritantes quando querem? Não são porque querem, são porque foram estimulados a ser; são porque estão defendendo seu território ou os seus donos; são porque possuem um comportamento de valor adaptativo; são porque precisam perpetuar a espécie e manter predadores e ameaças a distância; são porque...
Gente, está tudo errado. Do jeito que está não dá mais. Que coisa heim. Comandante Amilton no águia. Põe na tela! Agora! Criança é atacada por Pit Bull. Brasil, vem comigo, Brasil! Você também acha que o pit bull deve morrer? Ligue para (011) 8080 1155. --> É O QUE DATENA DIRIA SOBRE ESSE ASSUNTO
Mas o que você me diz?
28/03/2011
Simples assim
23/03/2011
Máscara, outra vez
Poderiam ser borboletas no estômago, mas sei que não são. É falta de conteúdo mesmo e é queimação. Borboletas tóxicas e ela nem se apaixonou. Mas sexto sentido não falha, sorte foi ter reabastecido sua vida de omeprazol. Um dia ou outro tudo isto poderia acontecer, mas feito idiota ou cega, viveu acreditando que o amor era progressivo, como naquele velho conto do vigário: te amo mais que ontem e menos que amanhã. Deveria ter suspeitado naquele dia, depois daquele olhar, daquele aumento no tom de voz jamais escutado outrora.
Catando pedaços daquilo que um dia foi um coração ela caminha sem rumo, notícias boas surgem mas os fatos a fazem ignorá-las completamente. Impossível é fingir estar bem. Botar aquela velha máscara da hipocrisia que costumava usar diante de falsas sinceridades já não alivia mais e nem esconde a dor de estar e sentir.
Não é o fim do mundo, ela sabe que ninguém é insubstituível, no entanto faz parte do show viver a realidade de uma vida sem mentiras e sofrer por algo que se acreditou e tanto se doou. Não foi tempo perdido, mas porque passar por isso e vivenciar esse final com tamanha dor? Não encontra explicações, mas uma certeza é deveras incontestável: vai passar. Pelo menos é o que eles dizem.
Não liga se os amigos lhe aconselham a bebida, a balada, o riso... estes também passarão e de uma certa forma ela não deixa de fazer, até porque é nesse meio que ela bota a máscara e consegue aliviar-se por algumas horas.
Ela só quer gritar ao mundo que precisa de um espaço de tempo para que fique imune ao sorriso e a lembrança que hoje lhe trazem dor e a transformam nesse lixo.
Catando pedaços daquilo que um dia foi um coração ela caminha sem rumo, notícias boas surgem mas os fatos a fazem ignorá-las completamente. Impossível é fingir estar bem. Botar aquela velha máscara da hipocrisia que costumava usar diante de falsas sinceridades já não alivia mais e nem esconde a dor de estar e sentir.
Não é o fim do mundo, ela sabe que ninguém é insubstituível, no entanto faz parte do show viver a realidade de uma vida sem mentiras e sofrer por algo que se acreditou e tanto se doou. Não foi tempo perdido, mas porque passar por isso e vivenciar esse final com tamanha dor? Não encontra explicações, mas uma certeza é deveras incontestável: vai passar. Pelo menos é o que eles dizem.
Não liga se os amigos lhe aconselham a bebida, a balada, o riso... estes também passarão e de uma certa forma ela não deixa de fazer, até porque é nesse meio que ela bota a máscara e consegue aliviar-se por algumas horas.
Ela só quer gritar ao mundo que precisa de um espaço de tempo para que fique imune ao sorriso e a lembrança que hoje lhe trazem dor e a transformam nesse lixo.
14/02/2011
Estrelando José Serra como Joe
11/02/2011
Sobre emoções, saudades e lágrimas.
Não descobri ainda como mensurar as emoções. Quando eu conseguir isso, não contarei a ninguém, me tornarei eterna e dominarei o mundo!
Não sei de onde vem a saudade e não sei mensurá-la também. Só sei que se sente, as vezes uma saudadinha, outras vezes uma saudadona. As vezes sinto saudades daquilo que nem foi e que poderia ter sido.
Não sei conter minhas lágrimas, essas inquilinas da dor que, a maioria das vezes, na calada vêm, irmãs do desespero e rival da esperança.
No final das contas, saudades e lágrimas são puramente emoções. Poderia mensurar as lágrimas e um "lagrimômetro" me responderia boas questões se todos chorássemos pelos mesmos motivos. No entanto, para a minha e a sua infelicidade, as emoções não são exatas e nem podem ser tratadas com exatidão.
Idiota a gente que divide, subdivide, organiza e pinta emoções, achando que podemos carregar o fardo.
Certa vez uma professora nos disse em sala de aula: PERMITAM-SE!
E acho que foi uma das coisas mais inspiradoras e sinceras que eu já ouvi na vida.
Não sei de onde vem a saudade e não sei mensurá-la também. Só sei que se sente, as vezes uma saudadinha, outras vezes uma saudadona. As vezes sinto saudades daquilo que nem foi e que poderia ter sido.
Não sei conter minhas lágrimas, essas inquilinas da dor que, a maioria das vezes, na calada vêm, irmãs do desespero e rival da esperança.
No final das contas, saudades e lágrimas são puramente emoções. Poderia mensurar as lágrimas e um "lagrimômetro" me responderia boas questões se todos chorássemos pelos mesmos motivos. No entanto, para a minha e a sua infelicidade, as emoções não são exatas e nem podem ser tratadas com exatidão.
Idiota a gente que divide, subdivide, organiza e pinta emoções, achando que podemos carregar o fardo.
Certa vez uma professora nos disse em sala de aula: PERMITAM-SE!
E acho que foi uma das coisas mais inspiradoras e sinceras que eu já ouvi na vida.
One more time
Hoje, mas poderia ser ontem ou mesmo amanhã. Mas asseguro que foi hoje. Eu mesma vi. Ela estava lá, de corpo e sem alma. Seu pensamento focalizado em outros lugares, outras distâncias. A mesma sensação de ontem, de duas, três semanas atrás. Suas vestes cobriam seu medo e sua vergonha e embora tudo parecesse ótimo, só ela sabia a dor de estar ali. Sorrisos, abraços, cortejos, gentilezas, conversas, saudades. Tudo isto ao seu redor e nada em seu interior. Fez o seu papel, segurou a sua máscara para evitar transparecer sua angústia e embarcou, sem mesmo saber o porquê, rumo a um lugar seguro, que hoje foi a sua casa. E encontrou a sua paz ao sentir o calor do outro e a afetividade ainda que disfarçada nas linhas de expressão, no meio de um abraço murcho, mas sincero.
28/12/2010
Até breve, no amanhã.
Vivemos esperando o dia em que seremos melhores. Melhores na dor, melhores no amor. Melhores em TUDO! Sábias palavras são essas cantadas pelo Rogério Flausino, vocalista de uma das bandas brasileiras que mais aprecio desde sempre, Jota Quest.
Uma grande verdade, sempre esperamos por algo para sermos melhores. Fazemos uma promessa e estamos dispostos a pagá-la em busca de algo que esperamos que aconteça. Ou esperamos a segunda-feira para iniciar um regime.
Regime: uma ideia que nos faz acreditar em algo, seja esse algo o corpo, alma, mente, saúde... blá blá blá... SEMPRE melhor.
Ou ainda esperamos passar o natal, a páscoa, festa junina etc para agirmos de tal forma, sempre visando alguma recompensa, mudança. É sempre a mesma coisa. Nossos atos, muitas vezes, se não nos damos conta, são regidos por uma vontade que se dá a longo prazo e temos a sensação de que é necessária a peleja para ser válida. Que insatisfação que nós temos com o dia de hoje, meu Deus. Vivemos o ontem e acalentamos nossa dor com ele. Sonhamos com o amanhã de olhos bem abertos e acalentamos nossa alma. E sempre, sempre nos esquecemos que o hoje está aqui para ser vivido e apreciado. Que bendito pecado capital esse o da Preguiça. Bendito mesmo porque nos seduz e nos encanta.
Agora, estamos em 28 de dezembro do ano de 2010. Quase lá, na curvinha do ano, na reta final. E o que fizemos? Aquilo que nos propusemos a fazer? As promessas foram cumpridas? Você emagreceu aqueles quilos? Comprou a sua casa? Trocou o seu carro? Pagou suas dívidas? Estudou como queria?
Tenho certeza que não!
Mas nao precisa um antropólogo dizer o que já sabemos: somos assim mesmo, deixamos nossas esperanças, sonhos, planos na mão do amanhã.
Não devíamos fazer isso, saibam disto! Nao devíamos fazer isso com a gente mesmo pois o amanhã é muito traiçoeiro. Leva pessoas queridas, passa uma rasteira quando menos esperamos. O amanhã é incerto, e um intruso inquilino que nunca vai embora, está sempre a frente de nós, controlando a nossa vida.
Cuidado com ele.
FELIZ ANO NOVO!
Uma grande verdade, sempre esperamos por algo para sermos melhores. Fazemos uma promessa e estamos dispostos a pagá-la em busca de algo que esperamos que aconteça. Ou esperamos a segunda-feira para iniciar um regime.
Regime: uma ideia que nos faz acreditar em algo, seja esse algo o corpo, alma, mente, saúde... blá blá blá... SEMPRE melhor.
Ou ainda esperamos passar o natal, a páscoa, festa junina etc para agirmos de tal forma, sempre visando alguma recompensa, mudança. É sempre a mesma coisa. Nossos atos, muitas vezes, se não nos damos conta, são regidos por uma vontade que se dá a longo prazo e temos a sensação de que é necessária a peleja para ser válida. Que insatisfação que nós temos com o dia de hoje, meu Deus. Vivemos o ontem e acalentamos nossa dor com ele. Sonhamos com o amanhã de olhos bem abertos e acalentamos nossa alma. E sempre, sempre nos esquecemos que o hoje está aqui para ser vivido e apreciado. Que bendito pecado capital esse o da Preguiça. Bendito mesmo porque nos seduz e nos encanta.
Agora, estamos em 28 de dezembro do ano de 2010. Quase lá, na curvinha do ano, na reta final. E o que fizemos? Aquilo que nos propusemos a fazer? As promessas foram cumpridas? Você emagreceu aqueles quilos? Comprou a sua casa? Trocou o seu carro? Pagou suas dívidas? Estudou como queria?
Tenho certeza que não!
Mas nao precisa um antropólogo dizer o que já sabemos: somos assim mesmo, deixamos nossas esperanças, sonhos, planos na mão do amanhã.
Não devíamos fazer isso, saibam disto! Nao devíamos fazer isso com a gente mesmo pois o amanhã é muito traiçoeiro. Leva pessoas queridas, passa uma rasteira quando menos esperamos. O amanhã é incerto, e um intruso inquilino que nunca vai embora, está sempre a frente de nós, controlando a nossa vida.
Cuidado com ele.
FELIZ ANO NOVO!
14/12/2010
We wish you a merry christmas (8)
Como teria dito certa vez Leonel Brizola, Lula é o sapo barbado que virou príncipe. Deixo de antemão ao Natal, uma foto inspiradora. Para quem não acredita no bom velhinho, São Nicolau, acredite no que esse aí da foto diz. O "presentão" de Natal já ganhamos do "pequeno príncipe" e ele é válido por 4 anos. Agora, basta rezar para que não seja um presente de grego.

23/09/2010
A B S U R D O
- Natália, então você aplica insulina no Harley?
- Pode deixar, aplico sim. Pode ir dormir, mãe... boa noite.
- Boa noite.
Perguntei aonde é que estavam os materiais para fazer a aplicação, seringa, álcool e todo o resto quando o Harley me disse que não tomaria a insulina hoje. Eu, curiosa, quis saber o motivo, não entendendo muito bem a recusa que, a princípio, não fazia sentido algum. Ele me disse que não aplicaria na sexta e no final de semana mesmo e que não iria ter diferença se não tomasse hoje. Eu fiquei meio perdida e ainda insisti em saber o porquê. E eis que fico a par da patifaria que o Sistema Único de Saúde de Campinas, SUS, está.
O nosso prefeito reeleito, DOUTOR HÉLIO DE OLIVEIRA SANTOS, e sua "laia" toda decidiu fazer algumas mudanças na área da saúde e a burocratizou ainda mais. Para medir a pressão arterial, por exemplo, segundo meu padrasto, é preciso hoje passar por três salas diferentes no posto de saúde. Mais tempo que se perde para realizar algo que é tão simples, mas de suma importância. "Eu nunca mais medi minha pressão".
- Faz três meses que eu não tomo meu remédio do coração.
- Mas por quê?
Segundo ele, há um prazo que a prefeitura ou o Sistema, chamem como quiser, dá para as pessoas que necessitam de uma certa medicação para o coração. Passado esse prazo, o cidadão otário não tem mais direito de receber gratuitamente o remédio no posto de saúde, o seu nome é marcado numa relação tipo uma lista negra e você nunca mais poderá pegar esse remédio. O preço: 150 reais. Um reles assalariado pode comprar todo mês?
- Mas e aí? O que você tá fazendo sem o remédio?
- Simplesmente não estou tomando.
- Que absurdo! Mas você já foi lá e reclamou?
- Ah, já, mas sai sem o remédio do mesmo jeito. E agora minha receita venceu e eu não posso retirar os medicamentos restantes da diabetes e da pressão. Me disseram que preciso marcar uma consulta com o médico do postinho pra ele renovar minha receita e pra eu poder pegar os remédios. Só tem horário disponível pra consulta em Janeiro de 2011.
É o fim da picada, minha gente. Olha que palhaçada! É pra se indignar fortemente com essa porcaria de administração pública ou não é? Quanto veneno, quanta maldade, quanta desumanidade e corrupção. Mudanças no sistema só trazendo desconforto para quem realmente precisa. Os altos escalões dessa sociedade nunca sentirão os efeitos negativos dessa política pois são, efetivamente, eles quem se beneficiam com o sofrimento alheio.
Vale muito mais a pena tratar o indivíduo quando ele vier a adoecer e ficar debilitado do que se investir na prevenção e no tratamento de doenças que acompanharão o ser pra sempre enquanto este puder viver, como é o caso da diabetes, da pressão alta. Segundo essa visão meramente política e econômica, economiza-se muito mais, ganha-se também muito mais enquanto puder negar direitos básicos pra uma população desorientada, sem muito o que fazer e sem grandes poderes.
Está tudo às avessas. O Harley, e este simbolizando o povo que precisa de remédios nesse momento, deveria chegar até o político e dizer: sou eu quem te pago, seu merda, então trabalhe para mim e não contra mim. Do contrário, esteja demitido.
Mas, não é assim que as coisas funcionam mesmo. Como diria o meu avô, tem horas que eu acho que o mundo deveria explodir e começar tudo denovo. Mas faço um adendo, as macieiras não deveriam aparecer com a evolução. Só pra evitar que uma outra Eva coma o fruto proibido...
- Pode deixar, aplico sim. Pode ir dormir, mãe... boa noite.
- Boa noite.
Perguntei aonde é que estavam os materiais para fazer a aplicação, seringa, álcool e todo o resto quando o Harley me disse que não tomaria a insulina hoje. Eu, curiosa, quis saber o motivo, não entendendo muito bem a recusa que, a princípio, não fazia sentido algum. Ele me disse que não aplicaria na sexta e no final de semana mesmo e que não iria ter diferença se não tomasse hoje. Eu fiquei meio perdida e ainda insisti em saber o porquê. E eis que fico a par da patifaria que o Sistema Único de Saúde de Campinas, SUS, está.
O nosso prefeito reeleito, DOUTOR HÉLIO DE OLIVEIRA SANTOS, e sua "laia" toda decidiu fazer algumas mudanças na área da saúde e a burocratizou ainda mais. Para medir a pressão arterial, por exemplo, segundo meu padrasto, é preciso hoje passar por três salas diferentes no posto de saúde. Mais tempo que se perde para realizar algo que é tão simples, mas de suma importância. "Eu nunca mais medi minha pressão".
- Faz três meses que eu não tomo meu remédio do coração.
- Mas por quê?
Segundo ele, há um prazo que a prefeitura ou o Sistema, chamem como quiser, dá para as pessoas que necessitam de uma certa medicação para o coração. Passado esse prazo, o cidadão otário não tem mais direito de receber gratuitamente o remédio no posto de saúde, o seu nome é marcado numa relação tipo uma lista negra e você nunca mais poderá pegar esse remédio. O preço: 150 reais. Um reles assalariado pode comprar todo mês?
- Mas e aí? O que você tá fazendo sem o remédio?
- Simplesmente não estou tomando.
- Que absurdo! Mas você já foi lá e reclamou?
- Ah, já, mas sai sem o remédio do mesmo jeito. E agora minha receita venceu e eu não posso retirar os medicamentos restantes da diabetes e da pressão. Me disseram que preciso marcar uma consulta com o médico do postinho pra ele renovar minha receita e pra eu poder pegar os remédios. Só tem horário disponível pra consulta em Janeiro de 2011.
É o fim da picada, minha gente. Olha que palhaçada! É pra se indignar fortemente com essa porcaria de administração pública ou não é? Quanto veneno, quanta maldade, quanta desumanidade e corrupção. Mudanças no sistema só trazendo desconforto para quem realmente precisa. Os altos escalões dessa sociedade nunca sentirão os efeitos negativos dessa política pois são, efetivamente, eles quem se beneficiam com o sofrimento alheio.
Vale muito mais a pena tratar o indivíduo quando ele vier a adoecer e ficar debilitado do que se investir na prevenção e no tratamento de doenças que acompanharão o ser pra sempre enquanto este puder viver, como é o caso da diabetes, da pressão alta. Segundo essa visão meramente política e econômica, economiza-se muito mais, ganha-se também muito mais enquanto puder negar direitos básicos pra uma população desorientada, sem muito o que fazer e sem grandes poderes.
Está tudo às avessas. O Harley, e este simbolizando o povo que precisa de remédios nesse momento, deveria chegar até o político e dizer: sou eu quem te pago, seu merda, então trabalhe para mim e não contra mim. Do contrário, esteja demitido.
Mas, não é assim que as coisas funcionam mesmo. Como diria o meu avô, tem horas que eu acho que o mundo deveria explodir e começar tudo denovo. Mas faço um adendo, as macieiras não deveriam aparecer com a evolução. Só pra evitar que uma outra Eva coma o fruto proibido...
04/09/2010
03/09/2010
Pra rir (ou pra chorar)
Cameron Brasil (atriz pornô),
Maguila (lutador de boxe aposentado),
Tiririca (humorista(?) e cantor de florentina de jesus),
Marcelinho Carioca, Dinei, Vampeta (jogadores de futebol),
Mulher Pêra (mulher cuja aparência física lembra uma pêra, nada mais),
Netinho de Paula (cantor, apresentador, covarde que bate em mulheres),
Paulo Maluf (dispensa comentários),
Dilma (comparsa do lula),
PCO (partido da causa operária),
ey ey Eymael (um democrata cristão).
SÓ GENTE BOA!
Fico contente que o país conta com uma gama de candidatos preparados, instruídos e conscientes como esses aí!
(8) Tô chegando no Senado, pra curtir com a cara da galera
[...]
Pede pra Dilma me mandar o fax que a grana vai durar até tarde
E avisa o Maluf que tem pra ele à vontade (8)
Maguila (lutador de boxe aposentado),
Tiririca (humorista(?) e cantor de florentina de jesus),
Marcelinho Carioca, Dinei, Vampeta (jogadores de futebol),
Mulher Pêra (mulher cuja aparência física lembra uma pêra, nada mais),
Netinho de Paula (cantor, apresentador, covarde que bate em mulheres),
Paulo Maluf (dispensa comentários),
Dilma (comparsa do lula),
PCO (partido da causa operária),
ey ey Eymael (um democrata cristão).
SÓ GENTE BOA!
Fico contente que o país conta com uma gama de candidatos preparados, instruídos e conscientes como esses aí!
(8) Tô chegando no Senado, pra curtir com a cara da galera
[...]
Pede pra Dilma me mandar o fax que a grana vai durar até tarde
E avisa o Maluf que tem pra ele à vontade (8)
29/07/2010
Uma grande família
Qualquer data aqui em casa é motivo pra se reunir. Cada reunião acaba virando uma festa. Cada um traz uma coisa, incluindo-se aí um quilo de carne, um fardo de cerveja e a respectiva e ilustre presença. Momentos assim me fazer lembrar de uma música do Gonzaguinha, aquela que diz: Pode chegar que a festa vai é começar agora/ E é pra chegar quem quiser/ Deixa a tristeza pra lá/ E traga o seu coração/ Sua presença de irmão/ Nós precisamos de você nesse cordão.
Cresci no meio da batucada, no meio de "sessões martírio" como diz minha vó quando meu avô começa a tocar violão e a cantar acompanhando o seu som, no meio de familiares queridos, sinceros e que não dispensam uma cervejinha gelada, um churrasquinho e um pagodão.
Aqui em casa é assim, chegou com humildade, não olhou com soberba, tirou os sapatos, é dos nossos. Aqui temos muitas palhaçadas e boas histórias pra contar. Barracos da prima desbocada, palavrões de um avô fanfarrão, primo mais novo correndo pra lá e pra cá, uma tia dramática, tios engraçadões e escandalosos, vó boleira/doceira/cozinheira de mão cheia, irmão contador de histórias e de algumas vantagens que não assume ter sido são paulino na infância... esses são só alguns dos integrantes dessa grande família. Não tem tempo ruim aqui, se chover e o rio encher, que é que tem? Se o nosso time perder? Aí o bixo pega, a galera vira técnico de futebol nas horas vagas e em ocasiões não raras como a do nosso centenário time perder. Mas tudo bem...
Independente das mazelas dessa vida, da nossa macaca véia sem vergonha e de outras cositas más, aqui a festa está sempre a começar e não queremos ver ninguém dispersar.
Cresci no meio da batucada, no meio de "sessões martírio" como diz minha vó quando meu avô começa a tocar violão e a cantar acompanhando o seu som, no meio de familiares queridos, sinceros e que não dispensam uma cervejinha gelada, um churrasquinho e um pagodão.
Aqui em casa é assim, chegou com humildade, não olhou com soberba, tirou os sapatos, é dos nossos. Aqui temos muitas palhaçadas e boas histórias pra contar. Barracos da prima desbocada, palavrões de um avô fanfarrão, primo mais novo correndo pra lá e pra cá, uma tia dramática, tios engraçadões e escandalosos, vó boleira/doceira/cozinheira de mão cheia, irmão contador de histórias e de algumas vantagens que não assume ter sido são paulino na infância... esses são só alguns dos integrantes dessa grande família. Não tem tempo ruim aqui, se chover e o rio encher, que é que tem? Se o nosso time perder? Aí o bixo pega, a galera vira técnico de futebol nas horas vagas e em ocasiões não raras como a do nosso centenário time perder. Mas tudo bem...
Independente das mazelas dessa vida, da nossa macaca véia sem vergonha e de outras cositas más, aqui a festa está sempre a começar e não queremos ver ninguém dispersar.
02/06/2010
Sobra tanta falta
Depois de muitas tormentas, cansado de todo o mundo desmoronar sobre a sua cabeça, cansado de guiar tudo praticamente sozinho nessa vida, cansado de se preocupar com aquela que gosta e que muito lhe tem machucado, chegou o dia em que O Velho Lobo do Mar decidiu entregar o seu manche para algum marujo qualquer que tivesse a capacidade de levar o navio por entre aquelas águas turvas que os dias de especificamente hoje trouxeram.
Não posso mais suportar tudo isso.
Lavou suas mãos e assim também o seu rosto. Lágrimas escorriam e a medida que caiam por sobre sua face pareciam formar sulcos que lhe conferiam cada vez mais e mais aparência de dor e cansaço.
Sem falar no seu coração. O Velho Lobo do Mar mal sentiu seu coração bater nesse dia. Ele despedaçava-se a cada batida naqueles últimos instantes e a cada revelação. Toda a sua dureza de anos esmoreceu bem ali, na frente de todos. Nunca dantes, em tais mares, se viu tamanha tristeza. O mar, que costumeiramente sussurava palavras assombrosas durante a noite, passou a declamar uma elegia.
Acabou para mim.
Não posso mais suportar tudo isso.
Lavou suas mãos e assim também o seu rosto. Lágrimas escorriam e a medida que caiam por sobre sua face pareciam formar sulcos que lhe conferiam cada vez mais e mais aparência de dor e cansaço.
Sem falar no seu coração. O Velho Lobo do Mar mal sentiu seu coração bater nesse dia. Ele despedaçava-se a cada batida naqueles últimos instantes e a cada revelação. Toda a sua dureza de anos esmoreceu bem ali, na frente de todos. Nunca dantes, em tais mares, se viu tamanha tristeza. O mar, que costumeiramente sussurava palavras assombrosas durante a noite, passou a declamar uma elegia.
Acabou para mim.

01/06/2010
As "vantagens" de ser homem
1) Os homens fazem xixi em pé. Sua anatomia os favorece. Não escorre pelas pernas. Pode-se urinar em qualquer lugar, a qualquer hora, sem muito esforço e preocupação, uma vez que são machos e suas ações somente reafirmam a macheza.
Nós mulheres, ainda que portadoras de outras características um tanto invejáveis, tais como inteligência, poder de sedução e muito charme, ainda temos que nos equilibrar em banheiros públicos, pois sabe-se lá Deus quem é que pôs a bunda ali naquela privada.
2) Os homens não menstruam. Não sentem cólicas mensais também. Não necessitam fazer uso de absorventes por consequência. Não se sentem orcas baleias assassinas e tampouco perdem uma semana de cada mês com stress desnecessário e choramingando enquanto assistem a um singelo comercial de margarina (obs: a princípio, tudo isso sem motivo aparente).
3) Homens não ficam grávidos. Não ficam encanados. Não precisam tomar remédios, pílulas e etc.
4) Homens são e poderão ser sempre galinhas. Galinhas para ELES, nesse mundo, é o mesmo que gostosão, pegador, alazão, fodástico, comedor! Não preciso dizer que o mesmo adjetivo ganha sentidos mais amplos e antônimos quando pertence às mulheres.
Nós, temos que ser boas moças, ou pelo menos é isso que a sociedade correta nos impõe. Se somos ou não é outra coisa e na verdade, depende do que queremos para a vida.
5) Homens não precisam fazer a barba, nem depilar suvaco, região pubiana e pernas.
Vocês podem imaginar a dor que é puxar, com tudo, uma região sensível do seu corpo e receber como prêmio algo como um troféu de honra ao mérito feito de latão? Nada mais do que a nossa obrigação...
6) Homens podem roer a unha, ter o pé feio/fudido.
7) Homens podem suar, falar besteira, cuspir, arrotar e soltar pum.
Mas calmaê mulherada, para falar a verdade, ainda que eles tenham tantos pontos de vantagens acima de nós, todas hão de concordar comigo que não existe nada mais gratificante nesse mundo do que ter o prazer de ver o quão bobos eles conseguem ser/parecer/ficar diante de nós quando chegamos a um lugar. Essa sensação de que paramos o mundo vale muito mais do que poder fazer xixi em pé. E no final das contas, compensa passarmos por depilação, cabeleireiro, malhação...
Esse charme e também a nossa inteligência, homem nenhum consegue competir à altura.
Nós mulheres, ainda que portadoras de outras características um tanto invejáveis, tais como inteligência, poder de sedução e muito charme, ainda temos que nos equilibrar em banheiros públicos, pois sabe-se lá Deus quem é que pôs a bunda ali naquela privada.
2) Os homens não menstruam. Não sentem cólicas mensais também. Não necessitam fazer uso de absorventes por consequência. Não se sentem orcas baleias assassinas e tampouco perdem uma semana de cada mês com stress desnecessário e choramingando enquanto assistem a um singelo comercial de margarina (obs: a princípio, tudo isso sem motivo aparente).
3) Homens não ficam grávidos. Não ficam encanados. Não precisam tomar remédios, pílulas e etc.
4) Homens são e poderão ser sempre galinhas. Galinhas para ELES, nesse mundo, é o mesmo que gostosão, pegador, alazão, fodástico, comedor! Não preciso dizer que o mesmo adjetivo ganha sentidos mais amplos e antônimos quando pertence às mulheres.
Nós, temos que ser boas moças, ou pelo menos é isso que a sociedade correta nos impõe. Se somos ou não é outra coisa e na verdade, depende do que queremos para a vida.
5) Homens não precisam fazer a barba, nem depilar suvaco, região pubiana e pernas.
Vocês podem imaginar a dor que é puxar, com tudo, uma região sensível do seu corpo e receber como prêmio algo como um troféu de honra ao mérito feito de latão? Nada mais do que a nossa obrigação...
6) Homens podem roer a unha, ter o pé feio/fudido.
7) Homens podem suar, falar besteira, cuspir, arrotar e soltar pum.
Mas calmaê mulherada, para falar a verdade, ainda que eles tenham tantos pontos de vantagens acima de nós, todas hão de concordar comigo que não existe nada mais gratificante nesse mundo do que ter o prazer de ver o quão bobos eles conseguem ser/parecer/ficar diante de nós quando chegamos a um lugar. Essa sensação de que paramos o mundo vale muito mais do que poder fazer xixi em pé. E no final das contas, compensa passarmos por depilação, cabeleireiro, malhação...
Esse charme e também a nossa inteligência, homem nenhum consegue competir à altura.
11/05/2010
Téquinfim!
Essa eu recebi por email!
No Pátio da penitenciária no interior de Minas:
A diretora pega um megafone e anuncia:
"Prestenção cambadivagabundu, chega di moleza! Quero todo mundevassora na mão limpandesse chiquero que ocês mora. Quero tudo bem limpinho modi qui amanhã nóis vamo receber u Presidente Lula"
Um preso comenta com o colega ao lado.
- TÉQUINFIM PRENDÊRO O FIADAPUTA !
No Pátio da penitenciária no interior de Minas:
A diretora pega um megafone e anuncia:
"Prestenção cambadivagabundu, chega di moleza! Quero todo mundevassora na mão limpandesse chiquero que ocês mora. Quero tudo bem limpinho modi qui amanhã nóis vamo receber u Presidente Lula"
Um preso comenta com o colega ao lado.
- TÉQUINFIM PRENDÊRO O FIADAPUTA !
10/05/2010
Um livro sem final, um livro sem final (8)
- Alô? Éée... você pode vir aqui na minha casa?
- Poosso. Maaas... .... por quê?
- Ahh, é que preciso falar com você.
É aqui, dessa ligação, que tudo mais ou menos começa, pelo menos a reta final que levou ao início de tudo. Menos de 5 minutos e lá estava ele, ofegante, com cara de preocupado e ao mesmo tempo curioso. Ela abriu o portão, meio sem jeito, e perguntou se ele queria entrar e quem sabe tomar uma xícara de café. No final das contas foram até um simpático trailler que vendia o cachorro quente sem purê mais gostoso da cidade de Limoeira. Um número seis completo sem salsicha com ovo, por favor. Ele a observava e de certo supunha milhares de coisas que ela poderia querer dizer a ele, ao mesmo tempo em que ela bolava a melhor forma de dizer a ele o que tanto precisava. Eram sentimentos confusos, difusos, inesperados. Não existia uma melhor forma de dizer algo que nem ela, a dona da questão, sabia muito bem. Situação tensa.
Enrolando-o por algumas horinhas, correu o tempo do lanche ficar pronto, esfriar e quase entrar em processo de decomposição. Após o chove-não molha, ela tomou a coragem suficiente para parar de falar besteira e coisas sem sentido, foi direto ao assunto dizendo a ele palavras que alavancaram a situação para um estágio muito, muuuito mais, complicado.
No linguajar popular eu diria que ela abriu o jogo, mandou a real, deu a idéia, jogou o verde querendo colher o maduro. Ele esboçou reações. Reações mais inesperadas que todo aquele sentimento vindo dela: suou frio, tremeu, os seus lábios secaram, a voz quase sumiu. Enquanto isso borboletas voavam alvoroçadamente no estômago de ambos. Se a bomba já tinha sido jogada na turbina do avião o que fizeram depois disso? Bem, não houve melhora na manifestação fisiológica dele: continuou a suar tremer horrores lábios rachados rouco. Nela, a sensação de alívio lhe caía otimamente bem.
Nesse dia que eu não consigo me lembrar precisamente a data, talvez o mês... junho? sei lá, só sei que foi em 2008, duas vidas, a dele e a dela, se cruzaram depois de: 1) uma ligação inusitada, 2) uma conversa estranha permeada de risadas, piadas sem graça e assuntos aleatórios, 3) uma revelação e finalmente 4) um doce primeiro beijo.
Essas vidas permanecem unidas dentro do coração deles até hoje, os caminhos é que foram pra lugares diferentes. Um caminho dobrou a esquerda, lá em Lugar Nenhum, e o outro caminho foi pra Ilha Rá-Tim-Bum. De vez em quando uma vida volta para perto da outra, seguindo o rastro de pão que deixou para marcar a trilha.
Eu, que escrevo e participo dessa história, só desejo que em outro dia, que poderá ser tão emocionante e cheio de surpresa quanto aquele que contei agora pouco nessas linhas, esse rastro de pão não seja comido por passarinhos famintos e que um novo caminho não leve a vida dele pra longe da dela.
- Poosso. Maaas... .... por quê?
- Ahh, é que preciso falar com você.
É aqui, dessa ligação, que tudo mais ou menos começa, pelo menos a reta final que levou ao início de tudo. Menos de 5 minutos e lá estava ele, ofegante, com cara de preocupado e ao mesmo tempo curioso. Ela abriu o portão, meio sem jeito, e perguntou se ele queria entrar e quem sabe tomar uma xícara de café. No final das contas foram até um simpático trailler que vendia o cachorro quente sem purê mais gostoso da cidade de Limoeira. Um número seis completo sem salsicha com ovo, por favor. Ele a observava e de certo supunha milhares de coisas que ela poderia querer dizer a ele, ao mesmo tempo em que ela bolava a melhor forma de dizer a ele o que tanto precisava. Eram sentimentos confusos, difusos, inesperados. Não existia uma melhor forma de dizer algo que nem ela, a dona da questão, sabia muito bem. Situação tensa.
Enrolando-o por algumas horinhas, correu o tempo do lanche ficar pronto, esfriar e quase entrar em processo de decomposição. Após o chove-não molha, ela tomou a coragem suficiente para parar de falar besteira e coisas sem sentido, foi direto ao assunto dizendo a ele palavras que alavancaram a situação para um estágio muito, muuuito mais, complicado.
No linguajar popular eu diria que ela abriu o jogo, mandou a real, deu a idéia, jogou o verde querendo colher o maduro. Ele esboçou reações. Reações mais inesperadas que todo aquele sentimento vindo dela: suou frio, tremeu, os seus lábios secaram, a voz quase sumiu. Enquanto isso borboletas voavam alvoroçadamente no estômago de ambos. Se a bomba já tinha sido jogada na turbina do avião o que fizeram depois disso? Bem, não houve melhora na manifestação fisiológica dele: continuou a suar tremer horrores lábios rachados rouco. Nela, a sensação de alívio lhe caía otimamente bem.
Nesse dia que eu não consigo me lembrar precisamente a data, talvez o mês... junho? sei lá, só sei que foi em 2008, duas vidas, a dele e a dela, se cruzaram depois de: 1) uma ligação inusitada, 2) uma conversa estranha permeada de risadas, piadas sem graça e assuntos aleatórios, 3) uma revelação e finalmente 4) um doce primeiro beijo.
Essas vidas permanecem unidas dentro do coração deles até hoje, os caminhos é que foram pra lugares diferentes. Um caminho dobrou a esquerda, lá em Lugar Nenhum, e o outro caminho foi pra Ilha Rá-Tim-Bum. De vez em quando uma vida volta para perto da outra, seguindo o rastro de pão que deixou para marcar a trilha.
Eu, que escrevo e participo dessa história, só desejo que em outro dia, que poderá ser tão emocionante e cheio de surpresa quanto aquele que contei agora pouco nessas linhas, esse rastro de pão não seja comido por passarinhos famintos e que um novo caminho não leve a vida dele pra longe da dela.
23/04/2010
28/02/2010
In the sky
O que é despedir-se? O que caracteriza uma despedida? Um abraço, um aceno de mão, um abaixar de cabeça?
Dizer adeus, por mais simples que pareça ser, carrega consigo um algo mais tão difícil de se ver e de se sentir, que é mais complexo do que apenas dizer tchau e que geralmente não nos damos conta. Pense que um abraço pode ser o último, aquela troca de sorrisos e cumprimentos podem ir para um outro lugar, além da imaginação. Dói pensar em fatos reais, dói visualizar essa realidade. Perder alguém... perdemos a todo momento. Passam-se os minutos, o relógio da vida segue o seu ritmo por vezes muito frenético, por outras tão lentamente e tão cheio de constância que parece durar uma eternidade. Pessoas queridas se vão deixando saudades e podem ir em qualquer um desses momentos.
Prever o futuro não está ao nosso reles alcance, portanto uma despedida acontece assim, sem que imaginemos.
Prolongar um momento, uma sensação, um sentimento pode acontecer se pudermos e soubermos sempre ser e dar o melhor de nós, deixando aqueles que amamos confortáveis e cientes do nosso amor, do nosso afeto. Acredito que se jogarmos limpo com a gente mesmo, se conseguirmos ser transparentes não há mágoa que permaneça, não há ressentimentos nem tampouco arrependimentos e as únicas ressalvas são para dizer palavras bonitas para aqueles que deixamos aqui ou deixamos partir.
Despedi-me de muitas pessoas queridas nesses últimos dias, algumas não pude fazer como planejado, que era rever e dar aquele abraço apertado ou simplesmente dizer um alô. Espero ter a compreensão daqueles que faltaram e aproveito para escrever que sou muito grata pela torcida de todos os meus amigos e que sou nada, repito na-da, sem cada um na minha vida.
Adios, muchachs :) Estou alçando voo...
Dizer adeus, por mais simples que pareça ser, carrega consigo um algo mais tão difícil de se ver e de se sentir, que é mais complexo do que apenas dizer tchau e que geralmente não nos damos conta. Pense que um abraço pode ser o último, aquela troca de sorrisos e cumprimentos podem ir para um outro lugar, além da imaginação. Dói pensar em fatos reais, dói visualizar essa realidade. Perder alguém... perdemos a todo momento. Passam-se os minutos, o relógio da vida segue o seu ritmo por vezes muito frenético, por outras tão lentamente e tão cheio de constância que parece durar uma eternidade. Pessoas queridas se vão deixando saudades e podem ir em qualquer um desses momentos.
Prever o futuro não está ao nosso reles alcance, portanto uma despedida acontece assim, sem que imaginemos.
Prolongar um momento, uma sensação, um sentimento pode acontecer se pudermos e soubermos sempre ser e dar o melhor de nós, deixando aqueles que amamos confortáveis e cientes do nosso amor, do nosso afeto. Acredito que se jogarmos limpo com a gente mesmo, se conseguirmos ser transparentes não há mágoa que permaneça, não há ressentimentos nem tampouco arrependimentos e as únicas ressalvas são para dizer palavras bonitas para aqueles que deixamos aqui ou deixamos partir.
Despedi-me de muitas pessoas queridas nesses últimos dias, algumas não pude fazer como planejado, que era rever e dar aquele abraço apertado ou simplesmente dizer um alô. Espero ter a compreensão daqueles que faltaram e aproveito para escrever que sou muito grata pela torcida de todos os meus amigos e que sou nada, repito na-da, sem cada um na minha vida.
Adios, muchachs :) Estou alçando voo...
24/02/2010
Aos Trampos e Barrancos
Está na luta, no corre-corre, no dia-a-dia
Marmita é fria mas se precisa ir trabalhar
Patrão reclama e manda embora quem atrasar
Trabalhador brasileiro!
Dentista, frentista, polícia, bombeiro
Tem gari por aí que é formado engenheiro
Trabalhador!
E sem dinheiro vai dar um jeito,
Vai pro serviço...
Salário é pouco, não dá pra nada
Desempregado também não dá
E desse jeito a vida segue sem melhorar...
Trabalhador brasileiro!
Garçom, garçonete, jurista, pedreiro
Trabalha igual burro e não ganha dinheiro
Trabalhador!
Meu nome qual é?
Meu nome é trabalho,
Mas estou ferrado...
Afim de um cascalho, vou pra todo lado
Me sinto um pirralho, chorando um bocado
Vê se quebra o galho, doutor
Estou desempregado.
Me arranja um trabalho, doutor
Esstou desempregado...
Obrigada pela linda letra e música, Seu Jorge. :)
Fotos COTIL ARTE 2009. 2º lugar Coreografia Grupo.
Natália, Marcela, Rayanna, Bruna, Thania, Flávia, Caio, Joydson.
23/02/2010
22/02/2010
Geração cheira-merda
Campinas, minha cidade, grande e poluída, de passado glorioso e com sua história e seus barões, foi um dia um bom lugar para se viver, segundo meus avós, meus pais e outras pessoas que falam com brilho no olhar quando se lembram da infância correndo em algum largo, brincando de Mãe da Rua, Queimada e não existia perigo e a história do homem do saco era só por precaução. Foi um dia um bom lugar para se viver e escrevo isso pois andando pelas ruas só vejo jovens enfadonhamente iguais e sei que infelizmente são estes quem farão o futuro por aqui quando a velha guarda virar pó de estrela.
Noturnamente alguns jovens viram homens-aranha dos altos e bonitos edifícios do velho centro da cidade para competirem entre si e suas gangues sobre uma onda suja e feia que é a pixação. Sua ideologia sem fundamento e sem caracterização de beleza alguma se espalhou como um vírus letal pelos quatro cantos dessa cidade. Vergonha alheia eu sinto quando ao caminhar por aí avisto aquelas letras mal reproduzidas manchando toda uma história. Pobres de espírito, gostaria de saber qual deficiência afetou as suas medíocres cabeças. Será que foi a mamãe ter passado muito a mão na cabeça ou o papai ter faltado com aquela surra bem dada? São somente suposições.
Sou jovem também, tenho minhas futilidades, mas diferentemente dos muitos jovens que me cruzam na calçada, num show, no shopping ou em qualquer lugar enfim, sinto que uso minha cabeça para algo além de porta-boné. Me parece que ninguém está mais comprometido com alguma causa social, com um ideal, um propósito que seja. A Deus dará , ninguém pertence a ninguém, a moda agora é namorar pelado, trocar de parceiros como se troca de roupa, contrair doenças, usar droga para ser legal pra uma turma e assim onerar o sistema único de saúde com seus problemas, suas doenças que poderiam ter sido evitadas. Anarquismo pessoal, os aborrecentes, a geração corta e cola sabe da sua vida, é dona do seu nariz e não aceita pitaco dizendo com desprezo: Grandes cabaços esses nossos avós, esses velhos todos e todo o mundo!
Noturnamente alguns jovens viram homens-aranha dos altos e bonitos edifícios do velho centro da cidade para competirem entre si e suas gangues sobre uma onda suja e feia que é a pixação. Sua ideologia sem fundamento e sem caracterização de beleza alguma se espalhou como um vírus letal pelos quatro cantos dessa cidade. Vergonha alheia eu sinto quando ao caminhar por aí avisto aquelas letras mal reproduzidas manchando toda uma história. Pobres de espírito, gostaria de saber qual deficiência afetou as suas medíocres cabeças. Será que foi a mamãe ter passado muito a mão na cabeça ou o papai ter faltado com aquela surra bem dada? São somente suposições.
Sou jovem também, tenho minhas futilidades, mas diferentemente dos muitos jovens que me cruzam na calçada, num show, no shopping ou em qualquer lugar enfim, sinto que uso minha cabeça para algo além de porta-boné. Me parece que ninguém está mais comprometido com alguma causa social, com um ideal, um propósito que seja. A Deus dará , ninguém pertence a ninguém, a moda agora é namorar pelado, trocar de parceiros como se troca de roupa, contrair doenças, usar droga para ser legal pra uma turma e assim onerar o sistema único de saúde com seus problemas, suas doenças que poderiam ter sido evitadas. Anarquismo pessoal, os aborrecentes, a geração corta e cola sabe da sua vida, é dona do seu nariz e não aceita pitaco dizendo com desprezo: Grandes cabaços esses nossos avós, esses velhos todos e todo o mundo!
12/02/2010
Sadness .-.
Acordou com sono, quis que fosse cedo pra poder dormir mais um pouco e fugir de uma coisa inevitável o maior tempo que pudesse, acreditando que debaixo do edredom, embora fizesse calor, nada a afetaria. Mania de criar ilusões pra tudo nessa vida, desde pequena o edredom funcionava como escudo para o bicho papão e a escuridão de lá de fora.
Já era tarde da manhã. O celular tocou. Uma notícia que deveria ser boa a despertou de vez. A mesma notícia a impulsionou para fora da cama, fazendo-a pensar no que deveria fazer e em quanto tempo, para que tudo cronometradamente desse certo e a levasse ao seu destino final do dia. Tomou banho. Comeu sucrilhos. Pintou umas coisas para seu avô. Assistiu um pouco de televisão. Viu notícias sobre o seu time de futebol. Almoçou. Hora de dar tchau. Pegou o ônibus das três que passava na pista em frente da saída do condomínio de chácaras onde seus avós moravam. Chegando em casa então ela chorou. Chorou só, juntou tudo aquilo que a engasgava fazia tempo e não fazia bem, botou pra fora. Mas não botou tudo, guardou o restante, continuou a se martirizar ao longo da noite, com choros abafados e escondidos.
Mágoa antiga deixa a gente pra baixo.
Eu sei bem como é.
Já era tarde da manhã. O celular tocou. Uma notícia que deveria ser boa a despertou de vez. A mesma notícia a impulsionou para fora da cama, fazendo-a pensar no que deveria fazer e em quanto tempo, para que tudo cronometradamente desse certo e a levasse ao seu destino final do dia. Tomou banho. Comeu sucrilhos. Pintou umas coisas para seu avô. Assistiu um pouco de televisão. Viu notícias sobre o seu time de futebol. Almoçou. Hora de dar tchau. Pegou o ônibus das três que passava na pista em frente da saída do condomínio de chácaras onde seus avós moravam. Chegando em casa então ela chorou. Chorou só, juntou tudo aquilo que a engasgava fazia tempo e não fazia bem, botou pra fora. Mas não botou tudo, guardou o restante, continuou a se martirizar ao longo da noite, com choros abafados e escondidos.
Mágoa antiga deixa a gente pra baixo.
Eu sei bem como é.
10/02/2010
Pódi lê mais leia mesmu!
Ressebi um imeiu essis dias atrais sobri komu seria ci a jenti escrevessi do jeitu qui a genti falassi ou quizeci. Penssanu nissu, xeguei a concluzaum di qui seria muitu complikadu purke por ezemplu a genti ia iscreve i le comu a genti fala daí nâum ia tê pauza pra respirá i nem pra nada né genti? Otra coiza qui ia ce dificil é qui a genti ia podê screvê du jeitu qui a genti bem intendeci e du jeitu qui a genti kizeci entâum ia se dificil di le purke num ia te um padrâum pra todu mundu converssá sivilizadamenti nas carta nus imeiu i nu qui quizé i até ia podê skrevê varias palavra du geitu ki achaci qui tava bom. axu bastanti dificil tameim purke dessi geitu ningueim mais ia querê i pra skola i si du jeitu qui tá já ogi im dia qui ningueim mais pratikamenti ja num qué i mais pra skola imagina ci deci novu jeitu ia querê i pa ficá aprendenu coiza qui num faiz muitu sintido neça vida i nem in otras vida qui a genti num vai uzá mesmu. é deci geitu eu axo qui num vai dá muintu sertu intâum acho melhor qui as peçoa continue inu nas iskola mesmu qui ceja publika da vida ou si tivé um poko mais di condissâum numa skola paga mes qui é pra genti podê ci intendê preci mundâum afora qui tá pricizanu di genti boua i studada i competenti pra mudá essi quadru ssoçial dadaísta que estamos todos vivendo!
04/02/2010
Pipoca ÁÁ
Continuando a minha saga dental estava no ponto de ônibus, aguardando o 249, um senhor vendedor de pipocas se aproximou.
Com cara de gatinho do Shrek as pipocas me olharam. Que olhar mais doce! *-*
DUAS por 1 REAL! Que maravilha! Por pouco não voltei a pé.
Enquanto como penso que tenho grandes coisas a fazer esta tarde. A principio, nesta manhã, devo lavar louça, em seguida, preparar alguma coisa pra eu almoçar. Penso em tirar uma soneca após isso e quiçá acordar para fazer alguma grande coisa.
Com cara de gatinho do Shrek as pipocas me olharam. Que olhar mais doce! *-*
DUAS por 1 REAL! Que maravilha! Por pouco não voltei a pé.
Enquanto como penso que tenho grandes coisas a fazer esta tarde. A principio, nesta manhã, devo lavar louça, em seguida, preparar alguma coisa pra eu almoçar. Penso em tirar uma soneca após isso e quiçá acordar para fazer alguma grande coisa.
Dentista 2
Sentei à espera da minha vez. Li revistas, apreciei o sol quadrado pela fresta do vitrô, verifiquei o hálito. Minha hora.
Larguei a reportagem sobre alcoolismo e ao andar pelo corredor desejei estar bebendo uma cerveja, comemorando a minha aprovação no vestibular! Mas sonho que se sonha só é só sonho. Voltando à realidade ouvi elogios.
Que dentes bonitos. Está passando o fio dental direitinho. Muito bem, tá tudo certinho. Vamos marcar uma limpeza então?
Alegria de pobre dura pouco mesmo.
Limpeza nãããooooooooooooooooo!
Marquei para semana que vem.
O ranger daquele "ferrinho", aquele tiro de bicarbonato de sódio que parece o "Jato pressurizado de água que desintegra qualquer sujeira!" (Multi Hidro Lavadora Karcher e não tô recebendo pelo merchan)... oh my God.
O problema, na vida, de se estar tudo bem em qualquer momento, tanto com seu corpo, sua mente e assim também com os seus dentes é que sempre podemos melhorar. Seres mutantes insatisfeitos esses seres humanos. Agora, o próximo passo para um sorriso impecável é um aparelho!
Larguei a reportagem sobre alcoolismo e ao andar pelo corredor desejei estar bebendo uma cerveja, comemorando a minha aprovação no vestibular! Mas sonho que se sonha só é só sonho. Voltando à realidade ouvi elogios.
Que dentes bonitos. Está passando o fio dental direitinho. Muito bem, tá tudo certinho. Vamos marcar uma limpeza então?
Alegria de pobre dura pouco mesmo.
Limpeza nãããooooooooooooooooo!
Marquei para semana que vem.
O ranger daquele "ferrinho", aquele tiro de bicarbonato de sódio que parece o "Jato pressurizado de água que desintegra qualquer sujeira!" (Multi Hidro Lavadora Karcher e não tô recebendo pelo merchan)... oh my God.
O problema, na vida, de se estar tudo bem em qualquer momento, tanto com seu corpo, sua mente e assim também com os seus dentes é que sempre podemos melhorar. Seres mutantes insatisfeitos esses seres humanos. Agora, o próximo passo para um sorriso impecável é um aparelho!
Dentista
Não há nenhum profissional que cause mais medo, que seja mais evitado, por vezes odiado, que um dentista.
Só o tilintar de seus espelinhos redondos na extensão de nossas sensíveis bocas e dentes já causa um pânico, tipo um pressentimento do pior que sempre está por vir.
Porque há que se fazer sempre algo mais pelos seus dentes? Porque temos que visitá-los de 6 em 6 meses?
Nunca se está boa a escovação, o fio dental deve ser passado assim e assado. Eu já sei.
Aquela sala branca, aquela poltroninha reclinável que não é do papai, aquele barulhinho de água que desce pelo cano e também o seu guspe sendo sugado por aquele caninho de nome nada menos criativo que sugador... que terror!
Tenha a santa paciência, porque não temos dentes de aço? De ouro, que não se oxida assim tão fácil uma vez que sua capacidade de oxidação é baixa (tô ouvindo os "ÓÓs" por essa explicação?)?
Não, não quero explicações de um porquê, eu sei deles, só estou tentando reclamar mais um pouco e ser dramática diante de uma simples ida ao dentista.
Dentistas, simplifiquem as nossas vidas, chega do motorzinho, comprem maquininhas a laser! Não mintam pra nós dizendo que não vai doer nada e que é só uma picadinha! Se bem que se disserem o contrário pode ser pior... pensando melhor, eu não sei mais o que dizer e nem o que eu já estou dizendo.
Já passa das 3 da manhã, tenho consulta logo cedo e ainda estou aqui.
Sem mais lamentações, vou escovar os meus dentes e dormir feliz, pois meu time ganhou!
Só o tilintar de seus espelinhos redondos na extensão de nossas sensíveis bocas e dentes já causa um pânico, tipo um pressentimento do pior que sempre está por vir.
Porque há que se fazer sempre algo mais pelos seus dentes? Porque temos que visitá-los de 6 em 6 meses?
Nunca se está boa a escovação, o fio dental deve ser passado assim e assado. Eu já sei.
Aquela sala branca, aquela poltroninha reclinável que não é do papai, aquele barulhinho de água que desce pelo cano e também o seu guspe sendo sugado por aquele caninho de nome nada menos criativo que sugador... que terror!
Tenha a santa paciência, porque não temos dentes de aço? De ouro, que não se oxida assim tão fácil uma vez que sua capacidade de oxidação é baixa (tô ouvindo os "ÓÓs" por essa explicação?)?
Não, não quero explicações de um porquê, eu sei deles, só estou tentando reclamar mais um pouco e ser dramática diante de uma simples ida ao dentista.
Dentistas, simplifiquem as nossas vidas, chega do motorzinho, comprem maquininhas a laser! Não mintam pra nós dizendo que não vai doer nada e que é só uma picadinha! Se bem que se disserem o contrário pode ser pior... pensando melhor, eu não sei mais o que dizer e nem o que eu já estou dizendo.
Já passa das 3 da manhã, tenho consulta logo cedo e ainda estou aqui.
Sem mais lamentações, vou escovar os meus dentes e dormir feliz, pois meu time ganhou!
01/02/2010
Dúvida cruel
Essa minha incessante mania de ponderar as coisas e fazê-las da forma mais sensata já acabou uma vez comigo, não quero me deixar levar denovo pelo que não devo nem começar, aquilo que não me aquece o coração, mas acalenta a vontade de outrem. O maior desafio agora é entender o que vem de dentro e fazer uma escolha sem imaginação e contos de fadas.
Para onde vão as borboletas quando chove?

25/01/2010
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Sinto-me inanimada na igreja, por isso deixei de frequentá-la há alguns anos. Muitos motivos me levaram a tomar essa decisão. Aquele folhetinho contendo todas as respirações e ações que os fiéis devem fazer me parece script de uma novela sem emoção e que aos poucos perde toda a sua audiência. Eu não enxerguei durante anos a hipocrisia que muitos levam às missas e consigo sempre. Afirmam, no clímax da celebração, nos adesivos de seus carros, nas imagens em carteiras, pingentes em colares, camisetas, fitinhas etc que Jesus Cristo é a salvação, é amor, é paz, é ajudar e amar o próximo. Mal saem da igreja, lá dentro mesmo, olham com desprezo aquele mais humilde nas suas roupas, aquele que não pôde levar um lanchinho para compartilhar com os outros no final da missa.
Como dizem que os fiéis é que são a igreja, prefiro ser fiel sozinha, acreditar no que me convém e praticar aquilo que me deixa feliz e me traz paz ao espírito, ao ter que compartilhar o mesmo ambiente que outros "seguidores fiéis", ouvir palavras de outro ser nada exemplar, arcaico e que fala em aramaico e não faz o mínimo esforço de ser verdadeiro ao seguir o seu roteiro imutável.
Também não me sinto a vontade em um lugar que me imponha a frequência, cuida dos meus atos, me proibe ser livre, segregando-me aos poucos das outras pessoas, amigos antigos, família e círculo social por me fazer escrava da fé, da igreja, do culto. Não aprecio os pastores, roucos de tanto gritar, ricos de tanto roubar.
Eu, como jovem estudante e ser humano pensante provido de inteligência, sei bem como a instituição sacra, igreja católica, se firmou. Repressão, injustiças, punições marcaram essa história de propagação da fé. Sei também que outras religiões foram criadas posteriormente para tentar mudar alguns conceitos e formas de evangelização. Por enquanto nenhuma dessas me apetece. No auge dos meus dezenove anos, concordo com Nietzsche quando ele diz que "a religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas". Fiz catequese, primeira comunhão, crisma. Porém cresci, mudei um pouco, enxerguei algumas coisas que não me agradaram, passei a rejeitar injustiças e fico maluca com cabrestos.
Respeito o semelhante e seu livre arbítrio de ser o que quiser, seguir a quem deseja, manifestar a fé que seja, no entanto...
EU NÃO VOU ME ADAPTAR, ME ADAPTAR!
NÃO VOU ME ADAPTAR!
Eu não vou me adaptar!
Não vou!
Me adaptar!... (8)
Como dizem que os fiéis é que são a igreja, prefiro ser fiel sozinha, acreditar no que me convém e praticar aquilo que me deixa feliz e me traz paz ao espírito, ao ter que compartilhar o mesmo ambiente que outros "seguidores fiéis", ouvir palavras de outro ser nada exemplar, arcaico e que fala em aramaico e não faz o mínimo esforço de ser verdadeiro ao seguir o seu roteiro imutável.
Também não me sinto a vontade em um lugar que me imponha a frequência, cuida dos meus atos, me proibe ser livre, segregando-me aos poucos das outras pessoas, amigos antigos, família e círculo social por me fazer escrava da fé, da igreja, do culto. Não aprecio os pastores, roucos de tanto gritar, ricos de tanto roubar.
Eu, como jovem estudante e ser humano pensante provido de inteligência, sei bem como a instituição sacra, igreja católica, se firmou. Repressão, injustiças, punições marcaram essa história de propagação da fé. Sei também que outras religiões foram criadas posteriormente para tentar mudar alguns conceitos e formas de evangelização. Por enquanto nenhuma dessas me apetece. No auge dos meus dezenove anos, concordo com Nietzsche quando ele diz que "a religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas". Fiz catequese, primeira comunhão, crisma. Porém cresci, mudei um pouco, enxerguei algumas coisas que não me agradaram, passei a rejeitar injustiças e fico maluca com cabrestos.
Respeito o semelhante e seu livre arbítrio de ser o que quiser, seguir a quem deseja, manifestar a fé que seja, no entanto...
EU NÃO VOU ME ADAPTAR, ME ADAPTAR!
NÃO VOU ME ADAPTAR!
Eu não vou me adaptar!
Não vou!
Me adaptar!... (8)
21/01/2010
Crescer, entender.
Logo que nasceu já estavam todos de braços abertos, principalmente o Pai que parecia ter acabado de fazer um golaço e saía comemorando pelo campo de braços abertos como se fosse o Cristo Redentor. Dizia que ensinaria o filhão a jogar futebol, pegar a mulherada, estaria presente no primeiro porre e essas coisas de macho tão bobas. O uniforminho do time do coração foi o primeiro presente, depois uma bola de capotão, o primeiro jogo no estádio - no colo, a chuteirinha... Vocês precisavam ver a festa de aniversário de 1 ano. Toda decorada no melhor estilo boleiragem, bolo com mini jogadores e aquele monte de amigo tiozão do serviço que nem filhos tinham ainda. Todo mundo ali, bebendo e comemorando. A criança mesmo, coitada, não tava entendendo nada.
Foi tratado como macho, ganhou uma coleção de carrinhos de dar inveja ao Ken, bolinhas de gude e algumas especiais feitas de ferro, que só ele tinha, pião, ioiô do modelo mais descolado que se tinha no mercado. Quem disse que adiantou alguma coisa. Mas calma, melhor deixar para depois.
Já que o papai foi pra roça e a mamãe foi passear, quem cuidava era a vovó. Paparicava, dava leite com pêra e ovomaltino para o pinduquinha da Vovó. Cheios de dedos, ninguém permitia que ele brincasse na rua feito uma criança normal. Porque se sujasse faria mal, porque o homem do saco leva embora, porque esses meninos que ficam por aí são um bando de marginalzinho que a mãe não tá nem aí.
Na escolinha passou a ter aversão a brincadeiras agressivas, preferia desenhar, cantar musiquinhas, ser o marido quando as amiguinhas brincavam de boneca. Homem que é homem sabe que menino que brinca com menina quando é criança tem forte tendência a não ter volta. E nesse caso, ser o marido não conferia nada sexual, apenas era o que ele gostava de ser e com quem ele gostava de ficar. Ao lado das meninas ele se sentia protegido num mundo encantando, com little ponys, sem machucados no joelho, sem brigas e boladas. Sentia-se aninhado, assim como vovó o deixava, assim como a superproteção materna o criara.
O paizão não entendia aonde errara quando via certos comportamentos do filhão e seu péssimo relacionamento com uma bola de futebol, com o joguinho de luta, com os primos mais velhos que pentelhavam e quebravam vidraças e brigavam e eram superativos enquanto o filho ficava ouvindo a conversa dos adultos, das primas na faculdade...
Com o passar dos anos o filho do papai não entendia como a vida funcionava. Nunca dantes pudera ver a realidade por si só e se entender. Discriminação foi uma nova palavra e um novo conceito que passou a sentir na pele. Soube encontrar algumas respostas para o que chamava viver, encontrou a sua tribo, superou o conceito da discriminação, bateu de frente com essa palavra e passou a sentir orgulho de ser o que era. O primeiro porre o Paizão não viu, foi numa boate. No meio da bebedeira contou o quanto se sentia preso, o quanto odiava a pressão sobre ele, as perguntas indiscretas de seus pais. Aprendeu a beber, a fumar, a se vestir de maneira peculiar. O filhão cresceu. Pode-se dizer que se libertou, deixou de ser uma pupa para virar uma belíssima borboleta.
Seus pais mal conseguiram ouvi-lo dizendo que se assumira - Pai, Mãe, sou gay - e que agora namorava alguém que gostava muito e o entendia e completava. Ainda bem que mamãe faleceu, ela não suportaria ouvir o seu netinho que ela cuidou com tanto carinho dizer tal coisa, a Mãe disse.
O Papi calou-se tal qual a multidão do estádio fizesse 1 minuto de silêncio em respeito a alguma causa nobre. Abriu os seus braços de Cristo Redentor e perguntou aonde é que tinha errado, meu Deus, enquanto olhava para o céu e falava com a sua fé.
Foi tratado como macho, ganhou uma coleção de carrinhos de dar inveja ao Ken, bolinhas de gude e algumas especiais feitas de ferro, que só ele tinha, pião, ioiô do modelo mais descolado que se tinha no mercado. Quem disse que adiantou alguma coisa. Mas calma, melhor deixar para depois.
Já que o papai foi pra roça e a mamãe foi passear, quem cuidava era a vovó. Paparicava, dava leite com pêra e ovomaltino para o pinduquinha da Vovó. Cheios de dedos, ninguém permitia que ele brincasse na rua feito uma criança normal. Porque se sujasse faria mal, porque o homem do saco leva embora, porque esses meninos que ficam por aí são um bando de marginalzinho que a mãe não tá nem aí.
Na escolinha passou a ter aversão a brincadeiras agressivas, preferia desenhar, cantar musiquinhas, ser o marido quando as amiguinhas brincavam de boneca. Homem que é homem sabe que menino que brinca com menina quando é criança tem forte tendência a não ter volta. E nesse caso, ser o marido não conferia nada sexual, apenas era o que ele gostava de ser e com quem ele gostava de ficar. Ao lado das meninas ele se sentia protegido num mundo encantando, com little ponys, sem machucados no joelho, sem brigas e boladas. Sentia-se aninhado, assim como vovó o deixava, assim como a superproteção materna o criara.
O paizão não entendia aonde errara quando via certos comportamentos do filhão e seu péssimo relacionamento com uma bola de futebol, com o joguinho de luta, com os primos mais velhos que pentelhavam e quebravam vidraças e brigavam e eram superativos enquanto o filho ficava ouvindo a conversa dos adultos, das primas na faculdade...
Com o passar dos anos o filho do papai não entendia como a vida funcionava. Nunca dantes pudera ver a realidade por si só e se entender. Discriminação foi uma nova palavra e um novo conceito que passou a sentir na pele. Soube encontrar algumas respostas para o que chamava viver, encontrou a sua tribo, superou o conceito da discriminação, bateu de frente com essa palavra e passou a sentir orgulho de ser o que era. O primeiro porre o Paizão não viu, foi numa boate. No meio da bebedeira contou o quanto se sentia preso, o quanto odiava a pressão sobre ele, as perguntas indiscretas de seus pais. Aprendeu a beber, a fumar, a se vestir de maneira peculiar. O filhão cresceu. Pode-se dizer que se libertou, deixou de ser uma pupa para virar uma belíssima borboleta.
Seus pais mal conseguiram ouvi-lo dizendo que se assumira - Pai, Mãe, sou gay - e que agora namorava alguém que gostava muito e o entendia e completava. Ainda bem que mamãe faleceu, ela não suportaria ouvir o seu netinho que ela cuidou com tanto carinho dizer tal coisa, a Mãe disse.
O Papi calou-se tal qual a multidão do estádio fizesse 1 minuto de silêncio em respeito a alguma causa nobre. Abriu os seus braços de Cristo Redentor e perguntou aonde é que tinha errado, meu Deus, enquanto olhava para o céu e falava com a sua fé.
17/01/2010
Minha Gangue Adolescente

E essa era a minha gangue. Mal acordávamos de final de semana já estava uma chamando a outra pra sair até que a gangue estivesse completa. Depois de reunida escolhíamos o "point". A calçada da casa da Michele era um dos points preferidos. Depois tinha a esquina da Ana Maria, minha vizinha, que era o ponto mais estratégico para se observar o movimento do "bairro" (entende-se aqui como o movimento de quem nos interessava). Teve um tempo que dançávamos axé na sala da minha casa, teve um tempo que subíamos na árvore e passávamos o dia inteiro urubuservando qualquer coisa abaixo e ao redor de nós e quando o ônibus passava na rua e balançava a árvore era a parte mais legal da brincadeira.
Vivíamos brincando na rua, sempre de chinelo, o que resultava em pés sujos no fim das tardes, com tiras pretas de sujeira marcando as tiras da havaiana, vivíamos jogando vôlei ou "tóquinho", ocasionalmente jogávamos "Bets" e fatalmente alguma integrante da gangue brigava com outra (no caso eu e a luana haha) e subíamos quase chorando pra casa (pensando: vou contar tudo pra minha mãe). Vivíamos jogando conversa fora, falando de esmaltes, bicicletas, garotos... (e como falávamos desses últimos)
A primeira sempre sonhou com um príncipe encantado, sempre mais velho e popular. A segunda se reservava para aquele que atendesse suas vontades e estivesse sempre aos seus pés. A terceira sabia de garotos mais que todas nós, ela já tinha namorado e sabia bem do que falava, mas sofria por causa de mais um e a última vivia a chamar a atenção de todos eles.
Aii essas paixonites adolescentes...
Engraçado pensar naquela época e imaginar as situações e sonhos que tínhamos.
A primeira conseguiu o seu príncipe encantado. Mas logo o perdeu.
A segunda se ajeitou também.
A terceira sempre deu um jeito.
A quarta fez tudo o que tinha vontade.
Parei de fazer meus desenhos e minhas charges, paramos de enviar cartinhas umas pras outras. Hoje pouco nos vemos. Não vamos mais juntas na feira de quarta e nem no Unimart de sexta. Não compramos nunca mais chupchup na Dona Maria e nem mais cachorro quente na Dona Lurdes.
A história de nós 4, (8) eu com ela, eu sem ela, nós por cima, nós por baixo (8), foi intensamente boa. Sempre que nos reunimos, ou melhor, nos encontramos por aí e relembramos nossas aventuras e desventuras, temos ataques de saudade e histeria.
Mas o problema é esse tempo que voa!
Essas nossas desculpas esfarrapadas...
07/01/2010
Sobre um menino singular
Primeiro dia de muitos outros menos iguais. Nada pode se comparar àquele santo dia. Foi nesse dia que muitas especulações foram feitas acerca de um novo mundo. Foi nesse dia que muitas pessoas começaram a viver. Esse dia marcou o fim de uma velha e o início de uma nova vida para todos que por lá passaram. Ao se lembrar, suas mãos gelam, seu estômago parece aprisionar centenas de borboletas de 9 meses doidas pra sair do casulo que lhes serviu de casa o inverno inteiro. Parece que ela viveu toda sua vida e todas as estradas e caminhadas a conduziram a este lugar e o seu destino estava predestinado desde o princípio para que fosse feliz como foi. Mas não vim até aqui falar desse dia exclusivamente, nem dela, principalmente. Começo este meu intento afirmando que isso aqui se trata de uma lembrança, de um grande amigo que ela teve e ainda tem.
Sensações infinitas, rostos infinitos. Um menino com cara de anjo, e cabelos também, se destaca. Mas que coisa... que coisa estranha. Não, não foram os seus cabelos, mas certamente a sua estranha sensação de já tê-lo conhecido. Depois de muito observar chegou à conclusão de que não lhe era tão familiar assim. Uma possível paquera... humm, isso! Uma possível paquera... não! Não no primeiro dia de aula... Contenha-se!, logo pensou.
E continuou a viver cada resiração e a observar cada pessoa ao seu redor.
Muitas respirações passaram, e dias também, e o menino passou a se sentar na sua frente. Estudavam nas mesmas classes, técnico e médio. Bem, tentativas de conversa, de brincadeiras foram sendo feitas, eu mesma pude observar. Ele não cedia. Era um menino difícil aquele do cabelinho de anjo.
Ela queria ser sua amiga, desejava mesmo saber o que se passava dentro de sua cabeça. Ele era tão misterioso, tão quieto, tão intrigante. Era quase um desafio fazê-lo sorrir. Ninguém encenaria tão bem a sua arte de existir. Era mais que um desafio fazê-lo virar para trás.
Ninguém, nenhuma de suas amigas lhe deram ouvidos quando ela dizia que um dia ele seria tão bonito, tão grande e forte e másculo, não que não fosse, mas ela achava que ele tinha um brilhante futuro quando fosse homem feito. Bem, não deram ouvidos. Ela nunca deixou de acreditar.
Quando ele podia se virar para trás sozinho, sem que para isso fosse necessário um grande empenho da parte dela, as nuvens começaram a ir embora, sua teia começou a ser desfeita e os boatos de que o muro de berlim cairia em breve começaram a surgir.
Vou lhes dizer uma coisa, mas que fique entre nós: sim, ele passou a ser uma paquerinha... Mas passou, que ousadia querer uma coisa dessas se ele ao menos dizia qual era sua cor preferida, se ela ao menos sabia qual era essa cor!
E bem, para encurtar a história, pois passou-se muito tempo sem que se tivesse mais algum ganho do tipo ficar sabendo qual é a música, a comida, o filme preferido e outras coisas das quais serviriam de munição para mais alguma conversa e etc, aos poucos, mas bem poucos, ele foi se permitindo conversar por si só, foi mostrando o verdadeiro cara que existia ali dentro, por debaixo dos cachinhos, que as vezes ficavam carecas, as vezes dentro de um boné azul.
Tudo o que conseguiu dele foi descobrir que era mesmo um cara com grande potencial, dono de um coração de melancia, bem grande, facinho de ser cortado por dentro, mas que por fora tem uma casca verde e dura, seu meio de proteção, seu colete à prova de balas.
Tudo o que conseguiu descobrir dele foi que, sendo assim, ele conseguia trazer para perto de si somente quem fosse persistente e que, realmente, valia a pena, quanto às outras pessoas, um grande "tô nem aí" para elas. É bem certo que passaram por sua vida algumas pessoas que não mereciam seu coração e a sua atenção, mas como seres humanos, as pessoas se enganam, erram e precisam quebrar a cara. Ele passou por maus bocados e ela não tem certeza se ele ainda passa por mais alguns.
Tudo o que aprendeu com ele foi que devagar também se chega lá, depois de comer algumas vezes no mesmo restaurante que ele, depois de vê-lo chegar nas segundas ou primeiras aulas um pouco atrasado, com seus chinelos havaianas, seus dedinhos tortos, cabelo molhado, tranquilo, sossegado, apreciando a beleza de cada momento.
Tudo o que pode dizer dele não cabe nessas linhas e tudo o que ela quis que eu escrevesse sobre tudo o que ela conseguiu descobrir e sobre tudo o que ela aprendeu não é tudo. Tem muito mais, ela sabe de muito mais, ela viveu, riu, chorou com ele. Dele, guarda muitas lembranças. Dele vai se lembrar por muitos e muitos anos. Acho até que não vai se esquecer nunca. Promete que vai levá-lo pra andar de Fusca verde azeitona assim que comprar o seu.
Hoje, se ela tivesse feito alguma aposta com suas amigas naquela época sobre o futuro dele, teria ganhado. Ele virou paquerinha de muita gente, chegou perto do másculo e forte, ainda vai ficar no ponto, se é que o público feminino entende, e do jeito que está, não vai ficar dando sopa por muito tempo. E quanto ao filme preferido, a cor e a música, se alguém quiser saber, passe no teste! O problema é que o teste é duplo, ela diz que tem que aprovar também! :)
Sensações infinitas, rostos infinitos. Um menino com cara de anjo, e cabelos também, se destaca. Mas que coisa... que coisa estranha. Não, não foram os seus cabelos, mas certamente a sua estranha sensação de já tê-lo conhecido. Depois de muito observar chegou à conclusão de que não lhe era tão familiar assim. Uma possível paquera... humm, isso! Uma possível paquera... não! Não no primeiro dia de aula... Contenha-se!, logo pensou.
E continuou a viver cada resiração e a observar cada pessoa ao seu redor.
Muitas respirações passaram, e dias também, e o menino passou a se sentar na sua frente. Estudavam nas mesmas classes, técnico e médio. Bem, tentativas de conversa, de brincadeiras foram sendo feitas, eu mesma pude observar. Ele não cedia. Era um menino difícil aquele do cabelinho de anjo.
Ela queria ser sua amiga, desejava mesmo saber o que se passava dentro de sua cabeça. Ele era tão misterioso, tão quieto, tão intrigante. Era quase um desafio fazê-lo sorrir. Ninguém encenaria tão bem a sua arte de existir. Era mais que um desafio fazê-lo virar para trás.
Ninguém, nenhuma de suas amigas lhe deram ouvidos quando ela dizia que um dia ele seria tão bonito, tão grande e forte e másculo, não que não fosse, mas ela achava que ele tinha um brilhante futuro quando fosse homem feito. Bem, não deram ouvidos. Ela nunca deixou de acreditar.
Quando ele podia se virar para trás sozinho, sem que para isso fosse necessário um grande empenho da parte dela, as nuvens começaram a ir embora, sua teia começou a ser desfeita e os boatos de que o muro de berlim cairia em breve começaram a surgir.
Vou lhes dizer uma coisa, mas que fique entre nós: sim, ele passou a ser uma paquerinha... Mas passou, que ousadia querer uma coisa dessas se ele ao menos dizia qual era sua cor preferida, se ela ao menos sabia qual era essa cor!
E bem, para encurtar a história, pois passou-se muito tempo sem que se tivesse mais algum ganho do tipo ficar sabendo qual é a música, a comida, o filme preferido e outras coisas das quais serviriam de munição para mais alguma conversa e etc, aos poucos, mas bem poucos, ele foi se permitindo conversar por si só, foi mostrando o verdadeiro cara que existia ali dentro, por debaixo dos cachinhos, que as vezes ficavam carecas, as vezes dentro de um boné azul.
Tudo o que conseguiu dele foi descobrir que era mesmo um cara com grande potencial, dono de um coração de melancia, bem grande, facinho de ser cortado por dentro, mas que por fora tem uma casca verde e dura, seu meio de proteção, seu colete à prova de balas.
Tudo o que conseguiu descobrir dele foi que, sendo assim, ele conseguia trazer para perto de si somente quem fosse persistente e que, realmente, valia a pena, quanto às outras pessoas, um grande "tô nem aí" para elas. É bem certo que passaram por sua vida algumas pessoas que não mereciam seu coração e a sua atenção, mas como seres humanos, as pessoas se enganam, erram e precisam quebrar a cara. Ele passou por maus bocados e ela não tem certeza se ele ainda passa por mais alguns.
Tudo o que aprendeu com ele foi que devagar também se chega lá, depois de comer algumas vezes no mesmo restaurante que ele, depois de vê-lo chegar nas segundas ou primeiras aulas um pouco atrasado, com seus chinelos havaianas, seus dedinhos tortos, cabelo molhado, tranquilo, sossegado, apreciando a beleza de cada momento.
Tudo o que pode dizer dele não cabe nessas linhas e tudo o que ela quis que eu escrevesse sobre tudo o que ela conseguiu descobrir e sobre tudo o que ela aprendeu não é tudo. Tem muito mais, ela sabe de muito mais, ela viveu, riu, chorou com ele. Dele, guarda muitas lembranças. Dele vai se lembrar por muitos e muitos anos. Acho até que não vai se esquecer nunca. Promete que vai levá-lo pra andar de Fusca verde azeitona assim que comprar o seu.
Hoje, se ela tivesse feito alguma aposta com suas amigas naquela época sobre o futuro dele, teria ganhado. Ele virou paquerinha de muita gente, chegou perto do másculo e forte, ainda vai ficar no ponto, se é que o público feminino entende, e do jeito que está, não vai ficar dando sopa por muito tempo. E quanto ao filme preferido, a cor e a música, se alguém quiser saber, passe no teste! O problema é que o teste é duplo, ela diz que tem que aprovar também! :)
04/01/2010
Denovo? De novo? Nada!
Final de ano passou, princípio de ano também...
A mamata acabou pra alguns.
Galera volta a trabalhar, a procurar emprego. Volta a não se olhar na cara, a não dizer bom dia e nem desejar umas às outras algo de bom.
Tisc, tisc...
Continuam indo à igreja, fingindo alguma santidade. Continuam com seus maus pensados, seus maus olhados.
Feliz ano velho, pois assim caminha a humanidade, com velhos costumes, falso moralismo e pouco caráter.
A mamata acabou pra alguns.
Galera volta a trabalhar, a procurar emprego. Volta a não se olhar na cara, a não dizer bom dia e nem desejar umas às outras algo de bom.
Tisc, tisc...
Continuam indo à igreja, fingindo alguma santidade. Continuam com seus maus pensados, seus maus olhados.
Feliz ano velho, pois assim caminha a humanidade, com velhos costumes, falso moralismo e pouco caráter.
02/01/2010
Globalização, o delírio do dragão!
Nas ruas da cidade os homens continuam a lutar como dragões: cuspindo fogo, canalizando negativas vibrações.
Estranhos semelhantes disputando o poder. Dispostos, postos a derrubar, acostumados a se esconder.
No gueto, não há nada de novo, além do sufoco que nunca é pouco, além do medo e do desemprego, da violência e da impaciência de quem partiu para o desespero numa ida sem volta, além da revolta de quem vive às voltas com a exploração e a humilhação de um sistema impiedoso.
Nada de novo, além da pobreza e da tristeza de quem se sente traído e esquecido ao ver os filhos subnutridos e sem educação crescendo ao lado de esgotos, banidos a contragosto pela sociedade e declarados bandidos sem identidade que serão reprimidos em sumária execução, sem nenhuma apelação.
Falsos e covardes tentando sugar dos demais a força e a vida esquecida em seu interior. Fracos invejosos, incapazes de apreciar qualidades e de reproduzir o amor.
Não há nada de novo entre a terra e o céu. Nada de novo senão houvesse o dragão e seu tenebroso véu de destruição e de fogo, sugando sangue do povo, de geração a geração, especulando pelo mundo todo... É só o velho sistema do dragão!
Não pensam em diminuir ou domar a voracidade e a sacanagem do capitalismo selvagem, com seus tentáculos multinacionais querem mais e mais e mais... Lucros abusivos, grandes executivos são seus abastados serviçais. Não se importam com a fome, com os direitos do homem. Querem abocanhar o globo, dividir em poucos o bolo. Deixando migalhas pro resto da gentalha, em seus muitos planos. Não vêem seres humanos e os seus valores, só milhões e milhões de consumidores. São tão otimistas em suas estatísticas e previsões. Falam em crescimento, em desenvolvimento por muitas e muitas gerações.
Não sentem o momento crítico, talvez apocalíptico. Os tigres asiáticos são um exemplo típico que agora mais parecem gatinhos raquíticos e asmáticos. Se o sistema quebrar será questão de tempo até chegar o desabastecimento e o racionamento. (Que sinistra situação!) O globo inchado e devastado pela superpopulação. Tempos de barbárie virão, tempos de êxitos e dispersão. A água pode virar ouro, o rango um rico tesouro.
Só quero o que é meu, não quero o de mais ninguém. Só vou buscar o que Deus me deu, eu não quero roubar o que é seu.
Globalização é uma falsa noção do que seria a integração, com todo respeito a integridade e a dignidade de cada nação. É o infeliz do grande capital, o poder da grana internacional que faz de cada país apenas mais um no seu quintal. É o poder do dinheiro movendo o mundo inteiro.
Ainda é possível acreditar que o bem pode se propagar e que os homens possam vir a deixar o egoísmo de lado, a reconquistar a humildade e a aprender a se respeitar?
Não quebraremos as barreiras que nós mesmos erguemos, pois sinceramente não apreciamos os demais e a nós mesmos.
Ficaremos como ficamos agora:
Ricos cada vez mais ricos e metidos. Pobres cada vez mais pobres e falidos.
Esse texto é uma combinação de duas músicas de duas bandas que eu gosto muito, Ponto de Equilíbrio e Tribo de Jah. Editei algumas partes, mudando a ingênuidade, talvez esperança ou palavras de um futuro bom que o Ponto quis transmitir deixando o texto fatalista. Com a Globalização da Tribo, não mudei nada. Simplesmente amo as duas músicas, achei a idéia das duas muito boas, muito real e poética. Mais um exemplo de movimentação social ou tentativa de mudança de posição e pensamentos através das artes. Vale a pena conferir o trabalho das duas bandas.
Estranhos semelhantes disputando o poder. Dispostos, postos a derrubar, acostumados a se esconder.
No gueto, não há nada de novo, além do sufoco que nunca é pouco, além do medo e do desemprego, da violência e da impaciência de quem partiu para o desespero numa ida sem volta, além da revolta de quem vive às voltas com a exploração e a humilhação de um sistema impiedoso.
Nada de novo, além da pobreza e da tristeza de quem se sente traído e esquecido ao ver os filhos subnutridos e sem educação crescendo ao lado de esgotos, banidos a contragosto pela sociedade e declarados bandidos sem identidade que serão reprimidos em sumária execução, sem nenhuma apelação.
Falsos e covardes tentando sugar dos demais a força e a vida esquecida em seu interior. Fracos invejosos, incapazes de apreciar qualidades e de reproduzir o amor.
Não há nada de novo entre a terra e o céu. Nada de novo senão houvesse o dragão e seu tenebroso véu de destruição e de fogo, sugando sangue do povo, de geração a geração, especulando pelo mundo todo... É só o velho sistema do dragão!
Não pensam em diminuir ou domar a voracidade e a sacanagem do capitalismo selvagem, com seus tentáculos multinacionais querem mais e mais e mais... Lucros abusivos, grandes executivos são seus abastados serviçais. Não se importam com a fome, com os direitos do homem. Querem abocanhar o globo, dividir em poucos o bolo. Deixando migalhas pro resto da gentalha, em seus muitos planos. Não vêem seres humanos e os seus valores, só milhões e milhões de consumidores. São tão otimistas em suas estatísticas e previsões. Falam em crescimento, em desenvolvimento por muitas e muitas gerações.
Não sentem o momento crítico, talvez apocalíptico. Os tigres asiáticos são um exemplo típico que agora mais parecem gatinhos raquíticos e asmáticos. Se o sistema quebrar será questão de tempo até chegar o desabastecimento e o racionamento. (Que sinistra situação!) O globo inchado e devastado pela superpopulação. Tempos de barbárie virão, tempos de êxitos e dispersão. A água pode virar ouro, o rango um rico tesouro.
Só quero o que é meu, não quero o de mais ninguém. Só vou buscar o que Deus me deu, eu não quero roubar o que é seu.
Globalização é uma falsa noção do que seria a integração, com todo respeito a integridade e a dignidade de cada nação. É o infeliz do grande capital, o poder da grana internacional que faz de cada país apenas mais um no seu quintal. É o poder do dinheiro movendo o mundo inteiro.
Ainda é possível acreditar que o bem pode se propagar e que os homens possam vir a deixar o egoísmo de lado, a reconquistar a humildade e a aprender a se respeitar?
Não quebraremos as barreiras que nós mesmos erguemos, pois sinceramente não apreciamos os demais e a nós mesmos.
Ficaremos como ficamos agora:
Ricos cada vez mais ricos e metidos. Pobres cada vez mais pobres e falidos.
Esse texto é uma combinação de duas músicas de duas bandas que eu gosto muito, Ponto de Equilíbrio e Tribo de Jah. Editei algumas partes, mudando a ingênuidade, talvez esperança ou palavras de um futuro bom que o Ponto quis transmitir deixando o texto fatalista. Com a Globalização da Tribo, não mudei nada. Simplesmente amo as duas músicas, achei a idéia das duas muito boas, muito real e poética. Mais um exemplo de movimentação social ou tentativa de mudança de posição e pensamentos através das artes. Vale a pena conferir o trabalho das duas bandas.
24/12/2009
Normal
É quando as coisas iam bem que ela sentia-se mal. Mal... tinha tudo fácil, estava enfim sendo reconhecida por todo o seu esforço. Não precisava mostrar serviço. Estranho. Nunca fora tão tranquilo assim. Sentia um vazio, uma vontade de uma discussão para adoçar a vida. Uma vontade de chorar. Encontrava pêlo em ovo para ter motivo de ser triste. Mas as coisas andavam muitíssimo bem, obrigado. Leve tendência depressiva. Mas que coisa... Queria voltar a se sentir do avesso, de ponta cabeça, para querer novamente ser o centro das atenções, querer que alguém a reconhecesse. Chegar no topo não é fácil e quando se consegue tal feito a graça vai embora. Por isso quer tanto ser rica, mas ao mesmo tempo não totalmente. Não quer que a graça diga adeus. Quer o êxtase diário da preocupação, do esforço voluntário, da labuta. Quer permanecer pra sempre no clímax, sem ganhar, sem perder, sem ponto final. Mas também não quer uma vida mediana. Quer o status sem incômodo. Quer ser famosa e que os fãs saibam quando "atrapalhar". Chego na seguinte conclusão: ela só pode ter dupla personalidade.
22/12/2009
Ter ou Não Ter ao invés de Ser ou Não Ser
Fumar um cigarro, ter um carro importado. Uma dose de conhaque, uma garrafa de água mineral sem gelo, por favor. O que é de gosto é regalo da vida.
Sucesso profissional ou engrandecer pessoal. [...] Encarar a vida como efêmera passagem pela Terra ou utilizar-se da expressão "carpe diem" como lema de vida.
A busca da felicidade move pessoas, move a economia, move o consumo. Em busca da felicidade muitos somos e estamos. Mudamos de casa, compramos roupas novas a cada nova estação, fazemos um piquenique.
Alguns acreditam que viemos ao mundo, nascemos, para sermos felizes e a tristeza não nos pertence e somente nos atinge quando estamos com a "imunidade baixa". E alguns de nós, com essa tal "imunidade baixa", para tapar a ferida que é ser infeliz, que é existir, automutilam-se, drogam-se, compram, vendem-se.
Algumas pessoas vivem em um mundo pararelo, no cyber espaço, buscando a felicidade ou criando-a em novos personagens, perfeitos [...]. Criações, aspirações humanas.
Outras pessoas encontram a felicidade em cirurgias plásticas e associam-na a padrões de beleza pré-estabelecidos e atuais.
O que é fato, de um modo geral, é que esse "novo tipo de pessoas" que estamos, gradativamente, nos transformando, tem buscado a felicidade externamente e relacionada sempre ao consumo e à receitas prontas de "Como Viver Sua Vida Da Melhor Maneira Possível Em Dez Lições".
Precisamos ter para ser. Precisamos ter sempre um drique na mão para nos tornar mais sociáveis. Precisamos nos transformar em outras pessoas...
E não nos damos por satisfeitos. Subjugamos tudo que está a nossa volta ao nosso favor, sejam animais, a natureza e até os seres humanos, nossos semelhantes, porém os "inferiores"... tudo isso à nossa mercê. O que nos torna diferente de outros seres? A nossa biologia deve ser melhor mesmo...
O que é importante, enfim, sermos honestos, cidadãos íntegros e de bom caráter ou satisfazer aos nossos requisitos?
Ser honesto, íntegro e bom caráter "não está com nada", é motivo de piada. O mundo, efetivamente, e a felicidade também, pertence aos espertos.
Acabo acreditando que a "humanidade é desumana" e a felicidade que emana de cada um de nós é uma mentira. "Mas ainda temos chance. O Sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer."
Sucesso profissional ou engrandecer pessoal. [...] Encarar a vida como efêmera passagem pela Terra ou utilizar-se da expressão "carpe diem" como lema de vida.
A busca da felicidade move pessoas, move a economia, move o consumo. Em busca da felicidade muitos somos e estamos. Mudamos de casa, compramos roupas novas a cada nova estação, fazemos um piquenique.
Alguns acreditam que viemos ao mundo, nascemos, para sermos felizes e a tristeza não nos pertence e somente nos atinge quando estamos com a "imunidade baixa". E alguns de nós, com essa tal "imunidade baixa", para tapar a ferida que é ser infeliz, que é existir, automutilam-se, drogam-se, compram, vendem-se.
Algumas pessoas vivem em um mundo pararelo, no cyber espaço, buscando a felicidade ou criando-a em novos personagens, perfeitos [...]. Criações, aspirações humanas.
Outras pessoas encontram a felicidade em cirurgias plásticas e associam-na a padrões de beleza pré-estabelecidos e atuais.
O que é fato, de um modo geral, é que esse "novo tipo de pessoas" que estamos, gradativamente, nos transformando, tem buscado a felicidade externamente e relacionada sempre ao consumo e à receitas prontas de "Como Viver Sua Vida Da Melhor Maneira Possível Em Dez Lições".
Precisamos ter para ser. Precisamos ter sempre um drique na mão para nos tornar mais sociáveis. Precisamos nos transformar em outras pessoas...
E não nos damos por satisfeitos. Subjugamos tudo que está a nossa volta ao nosso favor, sejam animais, a natureza e até os seres humanos, nossos semelhantes, porém os "inferiores"... tudo isso à nossa mercê. O que nos torna diferente de outros seres? A nossa biologia deve ser melhor mesmo...
O que é importante, enfim, sermos honestos, cidadãos íntegros e de bom caráter ou satisfazer aos nossos requisitos?
Ser honesto, íntegro e bom caráter "não está com nada", é motivo de piada. O mundo, efetivamente, e a felicidade também, pertence aos espertos.
Acabo acreditando que a "humanidade é desumana" e a felicidade que emana de cada um de nós é uma mentira. "Mas ainda temos chance. O Sol nasce pra todos, só não sabe quem não quer."
Vai vendo.
Estamos muito preocupados com as nossas atitudes perante uma sociedade. Somos todos hipócritas, não somos o que verdadeiramente somos ou deveríamos ser. Tanto tato para encobrir uma verdade. Deveríamos ser mais sinceros com a gente mesmo e com as pessoas ao redor. Parar com essa história de colocar panos quentes. Soltar mais as nossas feras. Dar ou indicar simancol pras pessoas sem noção, sabe? Deixamos os outros tomarem conta da nossa vida numa boa (já que não somos capazes de cuidar dela). Palhaçada. Tenho vergonha do que somos. Tenho vergonha e não é alheia. Estou me incluindo nessa patifaria que é viver, que é ter que fingir. Estou cansada de gentinhas, povinho mexeriqueiro, que se diz muito bom, muito correto mas é podre, é sujo, é vil. Uma tem carinha de boa moça, boa esposa, boa mãe. Não passa de uma jararaca, surucucu, suçuarana. Com seus tentáculos e suas unhas bem feitas manipula as pessoas ao seu redor, só quer que a sua vontade seja atendida. Chega do seu papelzinho ridículo. O outro tem que comer o diabo que o pé amassou com o pão e não toma partido nenhum. Prefere viver pacificamente, tendo roupa lavada, comida passada do que efetivamente colocar em risco a sua vida de conforto, no fundo, mas nem tão no fundo assim, infeliz. A outra vivendo em seu mundinho fechado, incrível, com seus paetês coloridos, fingindo também uma felicidade, suportando até onde der, planejando uma fuga de casa para quando encontrar o pote de ouro no final do seu arco-íris onírico. Falar, falar, falar mal. Fala na cara, alivia bem mais. É que me faltou oportunidade. Mas não há de faltar. Então falará.
14/12/2009
Amém
A sociedade do século 20 foi a sociedade do trabalho. A do século 21 é a do procurar trabalho.
Há uma grande preocupação com o desenvolvimento tecnológico, científico e com esse "novo progresso". A população cresce, o trabalho mingua, as oportunidades estreitam-se a poucos. Não criou-se um sistema tecnológico que garanta dignidade, salário (diga-se de passagem decente) e emprego a todos, até agora. E nem vão criar, porque não são máquinas que devem solucionar esses problemas, são cabeças humanas. Como são humanos os que trabalham com máquinas e são os mesmos que as fazem, o que esperar do futuro, se até agora não tivemos soluções nesses aspectos?
Do futuro eu não sei, só sei que temos o atual Papa elogiando o lucro, que não nos torna irmãos, como sistema incancelável e provedor do progresso. (Segundo os Engenheiros do Hawaii, o Papa é pop. Depois dessa devo reiterar que o Papa deixou de ser pop para virar classe média alta.)
Falar de problemas alheios e posicionarmos a favor ou contra, sem ter vivido uma determinada situação, é fácil. Advertir até o Ministério da Saúde adverte. A prática é que é difícil.
Faz tempo nos tornamos Super Heróis. Aprendemos a enfrentar chuvas e sóis, filas de banco, INSS, SUS, agências de emprego. O Brasileiro, é antes de tudo, um forte. Os antropólogos, sociólogos, filósofos, nutrólogos e o Papa que me desculpem, mas pais e mães de família querem visibilidade, querem inteiro e não pela metade, querem ser felizes também, querem "tapar os buracos" nos estômagos próprios e de seus filhos. Sem "papo furado", por favor. Por mais Super Heróis que tenhamos nos tornado ainda não aprendemos a fazer milagre.
A globalização é a velha onda, o império do capital faz a sua rotineira ronda. Não há nada de novo. Temos o tripé da sociedade do século 21: ou nos acostumamos com a nossa situação de correria, desemprego, concorrência, ou nos cansamos e nos desviamos do "bom caminho", ficamos à margem, deixamos de ser "o sorriso da sociedade" e utilizamo-nos do crime, da ilegalidade para sobreviver, ou então e por último rogamos assim:
- Papa, olhe por nóis. Pede pro seu 'Deus' multiplicar os pão? Amém.
Usei coletânea própria de outros textos que fiz, usei um trecho da música Globalização que eu postarei num próximo post. Esse texto foi o que lembrei do que escrevi na prova da UFSCAR ontem, faltaram alguns trechos... não lembro .-.
Há uma grande preocupação com o desenvolvimento tecnológico, científico e com esse "novo progresso". A população cresce, o trabalho mingua, as oportunidades estreitam-se a poucos. Não criou-se um sistema tecnológico que garanta dignidade, salário (diga-se de passagem decente) e emprego a todos, até agora. E nem vão criar, porque não são máquinas que devem solucionar esses problemas, são cabeças humanas. Como são humanos os que trabalham com máquinas e são os mesmos que as fazem, o que esperar do futuro, se até agora não tivemos soluções nesses aspectos?
Do futuro eu não sei, só sei que temos o atual Papa elogiando o lucro, que não nos torna irmãos, como sistema incancelável e provedor do progresso. (Segundo os Engenheiros do Hawaii, o Papa é pop. Depois dessa devo reiterar que o Papa deixou de ser pop para virar classe média alta.)
Falar de problemas alheios e posicionarmos a favor ou contra, sem ter vivido uma determinada situação, é fácil. Advertir até o Ministério da Saúde adverte. A prática é que é difícil.
Faz tempo nos tornamos Super Heróis. Aprendemos a enfrentar chuvas e sóis, filas de banco, INSS, SUS, agências de emprego. O Brasileiro, é antes de tudo, um forte. Os antropólogos, sociólogos, filósofos, nutrólogos e o Papa que me desculpem, mas pais e mães de família querem visibilidade, querem inteiro e não pela metade, querem ser felizes também, querem "tapar os buracos" nos estômagos próprios e de seus filhos. Sem "papo furado", por favor. Por mais Super Heróis que tenhamos nos tornado ainda não aprendemos a fazer milagre.
A globalização é a velha onda, o império do capital faz a sua rotineira ronda. Não há nada de novo. Temos o tripé da sociedade do século 21: ou nos acostumamos com a nossa situação de correria, desemprego, concorrência, ou nos cansamos e nos desviamos do "bom caminho", ficamos à margem, deixamos de ser "o sorriso da sociedade" e utilizamo-nos do crime, da ilegalidade para sobreviver, ou então e por último rogamos assim:
- Papa, olhe por nóis. Pede pro seu 'Deus' multiplicar os pão? Amém.
Usei coletânea própria de outros textos que fiz, usei um trecho da música Globalização que eu postarei num próximo post. Esse texto foi o que lembrei do que escrevi na prova da UFSCAR ontem, faltaram alguns trechos... não lembro .-.
12/12/2009
Discurso de formatura
Conseguimos, eu e a Bruna, escrever o nosso texto de oradoras de turma. Ficou do jeito que queríamos, e bom, eu sou suspeita pra falar, mas gostei muito. O problema, hehe, é que eu não consegui ler plenamente. Acabei me emocionando no meio do discurso e chorei. Ok, sem mais lamúrias, segue o texto logo aí embaixo. O que tá escrito (Nati) foi eu quem escrevi, o que tá (Bru) foi a Bruna.
(NATI) Boa noite Senhores Diretores, Caros Professores, Queridos Pais e Familiares, "MENINOS, MENINAS E ETC".
(BRU) Queremos, neste encerramento, não definitivo, mas o início de uma nova etapa em nossa vida, agradecer em primeiro lugar a Deus, aos nossos pais, que nos colocaram neste mundo, aos nossos mestres, todos, sem exceção, incluindo-se aí a Direção e os funcionários desta entidade pelo nosso engrandecer no aprendizado.
(NATI) De tudo houve um começo. Passamos pelo Cotil feito “bixos” doidos por conhecer, por viver, na ânsia de ultrapassar provas, dias, férias...
Não demos pelo fim.
E aqui estamos hoje feito homens, mulheres, quase técnicos, muito mais humanos.
(BRU) A mudança como em tudo no início foi difícil, e como é difícil chegar a este final tão feliz, tão esperado, e que hoje queríamos que fosse uma eternidade. Vamos todos juntos viver a vida procurando sempre o melhor em tudo, e fazer do futuro que temos pela frente um mundo cada vez melhor.
(NATI) Para mim é sempre ontem. A saudade, o sonho de passar no Cotil, o primeiro dia de aula, o trote...
Não tenho o amanhã. Como é que eu vou falar do amanhã se eu mesma tão pouco o sei?
(BRU) Parece brincadeira, mas o tempo faz isso com a gente: contagem regressiva para iniciar o ensino médio (ah! como foi duro e bom esse caminho); contagem regressiva para as primeiras experiências como técnicos: feiras, viagens; contagem para aquele churrasco, o primeiro de tantos outros; contagem para a final do Cotil Arte, com os dons de cada participante se aflorando e dando um ar artístico ao nosso cotidiano; contagem para Porto Seguro, axé, balada e alegria, (nossa, assim essa saudade me mata); contagem para as primeiras decisões e contatos com o mercado de trabalho: vestibulares, entrevistas, estágios.
Por mais que a gente queira, o tempo nunca para, pois é a roda da vida e cabe a nós todos aproveitar cada momento da melhor maneira possível.
(NATI) O que será de nós? Acordar cedo sem um propósito... Poder dormir até tarde... Começar um novo ciclo. Só posso desejar boa sorte.
O tempo, que aos outros que pelo Cotil passaram, fugiu. Caiu sobre nós agora.
O Cotil é uma escola que teria tudo para separar as pessoas, pois cada um é de uma cidade, tem sotaque diferente, visões diferentes... Mas o que acontece na prática é que, dia após dia, as relações se estreitaram mais.
(BRU) A dor de barriga diante daquela prova de topografia, o desejo insaciável de terminar aquele projeto de concreto armado,
(NATI) a sequela que aquela prova de estrutura de dados deixou, a tremedeira antes de entrar no centro cirúrgico pela primeira vez, a decoreba inevitável de alguns itens de uma norma,
(BRU) aquela pressa para terminar o trabalho de campo sob aquele sol ardente, e aquele tcc? Deu um trabalho danado para fazer aquela ponte rolante...
(NATI) Essas entre outras situações cotidianas só fizeram aumentar o companheirismo, a união, a amizade.
(BRU) Esse compartilhamento de sabedorias e vivências fez toda a diferença.
(NATI) Para alguns o Cotil é mais que uma escola; é casa, é refúgio, é o melhor lugar do mundo! Os amigos são bem mais que amigos, são irmãos, são família, uma parte quase vital de cada um.
Em momentos como estes, precisamos ter amigos como esses. A dor, eu sei, é grande e o vazio é enorme, mas faz parte deste ciclo não tem nada a ver com sorte.
Ergam suas taças e façamos um brinde. Nós iremos partir. Longo será o caminho a seguir e nada será como costuma ser. Nada vai ser fácil pra você, nada vai ser fácil pra nós.
Já passou o tempo de se arrepender, a reta já chegou ao final. Agora eu quero que a estrada venha sempre até você e que o vento esteja sempre a seu favor. Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão e que esteja ao seu lado, seu grande amor.
Eu “não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mais que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”.
Eu me despeço de todos vocês, muitos aqui não verei outra vez. Fora o inverno e o tempo ruim, eu não sei o que espera por mim, mas, sinceramente, pouco importa o que venha a ser se eu tiver um dia a quem dizer que valeu a pena cada minuto, cada conversa, cada truco na cantina, cada bandejada... Tá, bandejão nem tanto...
(BRU) Agora nos vem a pergunta: por que encher a boca para falar desta escola? Talvez porque nesses três anos muita coisa mudou na nossa vida e mudou para melhor, talvez porque crescemos e amadurecemos ou talvez porque descobrimos tantos amigos. Mas, na verdade, a resposta correta para essa pergunta é: "PORQUE COTIL É MAIS LEGAL".
(NATI) Se pudéssemos guardar as pessoas num pote para tê-las sempre por perto, guardaríamos aquele garoto, aquele bombom... entre outras jóias. Olharíamos pro pote e perguntaríamos para as pessoas dentro dele: "FICOU LEGAL? ALGUMA CONSIDERAÇÃO QUE VOCÊ TENHA A FAZER?" Às sextas feiras diríamos: "BOM FINAL DE SEMANA, DIVIRTAM-SE E CUIDADO!".
(BRU) Por que será que tem que ser assim? A gente gosta, a gente ama, a gente cuida! E o tempo faz verdade nos teus olhos, deixa ver, solidão abusa. Foi tão bonito, tão intenso, tão maravilhoso cada segundo, e a vida nos revela cada dia uma nova cena de um outro mundo.
Se chega, me beija, me olha nos olhos e me diz então: Valeu, foi bom, Adeus!
Não vou chorar, nem vou me arrepender, foi eterno enquanto durou, foi sincero o nosso amor, mas chegou ao fim (2x)
(NATI) Boa noite Senhores Diretores, Caros Professores, Queridos Pais e Familiares, "MENINOS, MENINAS E ETC".
(BRU) Queremos, neste encerramento, não definitivo, mas o início de uma nova etapa em nossa vida, agradecer em primeiro lugar a Deus, aos nossos pais, que nos colocaram neste mundo, aos nossos mestres, todos, sem exceção, incluindo-se aí a Direção e os funcionários desta entidade pelo nosso engrandecer no aprendizado.
(NATI) De tudo houve um começo. Passamos pelo Cotil feito “bixos” doidos por conhecer, por viver, na ânsia de ultrapassar provas, dias, férias...
Não demos pelo fim.
E aqui estamos hoje feito homens, mulheres, quase técnicos, muito mais humanos.
(BRU) A mudança como em tudo no início foi difícil, e como é difícil chegar a este final tão feliz, tão esperado, e que hoje queríamos que fosse uma eternidade. Vamos todos juntos viver a vida procurando sempre o melhor em tudo, e fazer do futuro que temos pela frente um mundo cada vez melhor.
(NATI) Para mim é sempre ontem. A saudade, o sonho de passar no Cotil, o primeiro dia de aula, o trote...
Não tenho o amanhã. Como é que eu vou falar do amanhã se eu mesma tão pouco o sei?
(BRU) Parece brincadeira, mas o tempo faz isso com a gente: contagem regressiva para iniciar o ensino médio (ah! como foi duro e bom esse caminho); contagem regressiva para as primeiras experiências como técnicos: feiras, viagens; contagem para aquele churrasco, o primeiro de tantos outros; contagem para a final do Cotil Arte, com os dons de cada participante se aflorando e dando um ar artístico ao nosso cotidiano; contagem para Porto Seguro, axé, balada e alegria, (nossa, assim essa saudade me mata); contagem para as primeiras decisões e contatos com o mercado de trabalho: vestibulares, entrevistas, estágios.
Por mais que a gente queira, o tempo nunca para, pois é a roda da vida e cabe a nós todos aproveitar cada momento da melhor maneira possível.
(NATI) O que será de nós? Acordar cedo sem um propósito... Poder dormir até tarde... Começar um novo ciclo. Só posso desejar boa sorte.
O tempo, que aos outros que pelo Cotil passaram, fugiu. Caiu sobre nós agora.
O Cotil é uma escola que teria tudo para separar as pessoas, pois cada um é de uma cidade, tem sotaque diferente, visões diferentes... Mas o que acontece na prática é que, dia após dia, as relações se estreitaram mais.
(BRU) A dor de barriga diante daquela prova de topografia, o desejo insaciável de terminar aquele projeto de concreto armado,
(NATI) a sequela que aquela prova de estrutura de dados deixou, a tremedeira antes de entrar no centro cirúrgico pela primeira vez, a decoreba inevitável de alguns itens de uma norma,
(BRU) aquela pressa para terminar o trabalho de campo sob aquele sol ardente, e aquele tcc? Deu um trabalho danado para fazer aquela ponte rolante...
(NATI) Essas entre outras situações cotidianas só fizeram aumentar o companheirismo, a união, a amizade.
(BRU) Esse compartilhamento de sabedorias e vivências fez toda a diferença.
(NATI) Para alguns o Cotil é mais que uma escola; é casa, é refúgio, é o melhor lugar do mundo! Os amigos são bem mais que amigos, são irmãos, são família, uma parte quase vital de cada um.
Em momentos como estes, precisamos ter amigos como esses. A dor, eu sei, é grande e o vazio é enorme, mas faz parte deste ciclo não tem nada a ver com sorte.
Ergam suas taças e façamos um brinde. Nós iremos partir. Longo será o caminho a seguir e nada será como costuma ser. Nada vai ser fácil pra você, nada vai ser fácil pra nós.
Já passou o tempo de se arrepender, a reta já chegou ao final. Agora eu quero que a estrada venha sempre até você e que o vento esteja sempre a seu favor. Quero que haja sempre uma cerveja em sua mão e que esteja ao seu lado, seu grande amor.
Eu “não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mais que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”.
Eu me despeço de todos vocês, muitos aqui não verei outra vez. Fora o inverno e o tempo ruim, eu não sei o que espera por mim, mas, sinceramente, pouco importa o que venha a ser se eu tiver um dia a quem dizer que valeu a pena cada minuto, cada conversa, cada truco na cantina, cada bandejada... Tá, bandejão nem tanto...
(BRU) Agora nos vem a pergunta: por que encher a boca para falar desta escola? Talvez porque nesses três anos muita coisa mudou na nossa vida e mudou para melhor, talvez porque crescemos e amadurecemos ou talvez porque descobrimos tantos amigos. Mas, na verdade, a resposta correta para essa pergunta é: "PORQUE COTIL É MAIS LEGAL".
(NATI) Se pudéssemos guardar as pessoas num pote para tê-las sempre por perto, guardaríamos aquele garoto, aquele bombom... entre outras jóias. Olharíamos pro pote e perguntaríamos para as pessoas dentro dele: "FICOU LEGAL? ALGUMA CONSIDERAÇÃO QUE VOCÊ TENHA A FAZER?" Às sextas feiras diríamos: "BOM FINAL DE SEMANA, DIVIRTAM-SE E CUIDADO!".
(BRU) Por que será que tem que ser assim? A gente gosta, a gente ama, a gente cuida! E o tempo faz verdade nos teus olhos, deixa ver, solidão abusa. Foi tão bonito, tão intenso, tão maravilhoso cada segundo, e a vida nos revela cada dia uma nova cena de um outro mundo.
Se chega, me beija, me olha nos olhos e me diz então: Valeu, foi bom, Adeus!
Não vou chorar, nem vou me arrepender, foi eterno enquanto durou, foi sincero o nosso amor, mas chegou ao fim (2x)
20/11/2009
É sempre assim...
Chegou meu livro: O Escafandro e a Borboleta.
Já tinha dois anos que um colega havia me indicado, mas só agora comprei; em primeiro lugar só comprei agora porque esqueci ao longo do tempo, em segundo lugar só comprei agora porque no Submarino (quero ganhar pelo Merchan...) estava baratinho e eu não podia perder a oportunidade.
Bom, comecei então a ler e ao descobrir, página a página, a profundeza do que se tratava o livro fiquei emocionada. É mais superação do que a de Joseph Climber. Só para que vocês saibam do que se trata, o livro é a história real, escrita através de movimentos do olho esquerdo (única parte do corpo que se mexia), de Jean-Dominique Bauby, que sofreu um AVC e teve as funções motoras deterioradas. No decorrer das páginas ele nos envolve no seu cotidiano e nos mostra o verdadeiro sentido que pequenas coisas possuem e que não damos valor. Além disso, ele mergulha com seu escafandro no nosso psicológico, mostrando que por muitas vezes não damos a devida atenção a algumas pessoas e que isso poderia ser diferente se mudássemos (ou quiséssemos mudar) um pouco nossos atos. Belíssimo!
É sempre assim, sinto-me tocada depois que leio uma coisa dessas, ou vejo cadeirantes, aleijados, pessoas queimadas, deformadas e etc com aquela alegria de viver, aquela independência, aquela força, aquela atitude, esbanjando sorrisos e um monte de vibrações positivas. E por que não esbanjar, não é verdade? São seres humanos como qualquer um de nós, não é porque têm uma ou outra particularidade que os diferencie da maioria que eles são inferiores ou piores. São pessoas com sentimento, com direitos (até maiores que os nossos e que por muitas vezes não são respeitados ou cumpridos). Enfim, são pessoas que dão lição de moral sem precisar abrir a boca!
O fato é que é mesmo com tudo isso, todos esses exemplos, todas essas histórias, a gente, aquela maioria das pessoas, ainda reclama de ter tudo perfeito, todos os membros perfeitos. Não gosto do meu cabelo, do meu joelho, do meu braço, do meu pescoço, meu pênis podia ser maior, meu peito não é sarado, minha bunda tem estria... nunca está bom! Não me isento dessas reclamações, vivo de regime, minha letra é feia, meu cabelo poderia crescer mais rápido e assim por diante... Nunca paro para agradecer por ser saudável, por ter mãos pra escrever e assim por diante...
É sempre assim...
Precisamos agradecer mais, precisamos nos dar conta disso mais vezes.
Eu preciso... e você?
Já tinha dois anos que um colega havia me indicado, mas só agora comprei; em primeiro lugar só comprei agora porque esqueci ao longo do tempo, em segundo lugar só comprei agora porque no Submarino (quero ganhar pelo Merchan...) estava baratinho e eu não podia perder a oportunidade.
Bom, comecei então a ler e ao descobrir, página a página, a profundeza do que se tratava o livro fiquei emocionada. É mais superação do que a de Joseph Climber. Só para que vocês saibam do que se trata, o livro é a história real, escrita através de movimentos do olho esquerdo (única parte do corpo que se mexia), de Jean-Dominique Bauby, que sofreu um AVC e teve as funções motoras deterioradas. No decorrer das páginas ele nos envolve no seu cotidiano e nos mostra o verdadeiro sentido que pequenas coisas possuem e que não damos valor. Além disso, ele mergulha com seu escafandro no nosso psicológico, mostrando que por muitas vezes não damos a devida atenção a algumas pessoas e que isso poderia ser diferente se mudássemos (ou quiséssemos mudar) um pouco nossos atos. Belíssimo!
É sempre assim, sinto-me tocada depois que leio uma coisa dessas, ou vejo cadeirantes, aleijados, pessoas queimadas, deformadas e etc com aquela alegria de viver, aquela independência, aquela força, aquela atitude, esbanjando sorrisos e um monte de vibrações positivas. E por que não esbanjar, não é verdade? São seres humanos como qualquer um de nós, não é porque têm uma ou outra particularidade que os diferencie da maioria que eles são inferiores ou piores. São pessoas com sentimento, com direitos (até maiores que os nossos e que por muitas vezes não são respeitados ou cumpridos). Enfim, são pessoas que dão lição de moral sem precisar abrir a boca!
O fato é que é mesmo com tudo isso, todos esses exemplos, todas essas histórias, a gente, aquela maioria das pessoas, ainda reclama de ter tudo perfeito, todos os membros perfeitos. Não gosto do meu cabelo, do meu joelho, do meu braço, do meu pescoço, meu pênis podia ser maior, meu peito não é sarado, minha bunda tem estria... nunca está bom! Não me isento dessas reclamações, vivo de regime, minha letra é feia, meu cabelo poderia crescer mais rápido e assim por diante... Nunca paro para agradecer por ser saudável, por ter mãos pra escrever e assim por diante...
É sempre assim...
Precisamos agradecer mais, precisamos nos dar conta disso mais vezes.
Eu preciso... e você?
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