22/02/2010

Geração cheira-merda

Campinas, minha cidade, grande e poluída, de passado glorioso e com sua história e seus barões, foi um dia um bom lugar para se viver, segundo meus avós, meus pais e outras pessoas que falam com brilho no olhar quando se lembram da infância correndo em algum largo, brincando de Mãe da Rua, Queimada e não existia perigo e a história do homem do saco era só por precaução. Foi um dia um bom lugar para se viver e escrevo isso pois andando pelas ruas só vejo jovens enfadonhamente iguais e sei que infelizmente são estes quem farão o futuro por aqui quando a velha guarda virar pó de estrela.
Noturnamente alguns jovens viram homens-aranha dos altos e bonitos edifícios do velho centro da cidade para competirem entre si e suas gangues sobre uma onda suja e feia que é a pixação. Sua ideologia sem fundamento e sem caracterização de beleza alguma se espalhou como um vírus letal pelos quatro cantos dessa cidade. Vergonha alheia eu sinto quando ao caminhar por aí avisto aquelas letras mal reproduzidas manchando toda uma história. Pobres de espírito, gostaria de saber qual deficiência afetou as suas medíocres cabeças. Será que foi a mamãe ter passado muito a mão na cabeça ou o papai ter faltado com aquela surra bem dada? São somente suposições.
Sou jovem também, tenho minhas futilidades, mas diferentemente dos muitos jovens que me cruzam na calçada, num show, no shopping ou em qualquer lugar enfim, sinto que uso minha cabeça para algo além de porta-boné. Me parece que ninguém está mais comprometido com alguma causa social, com um ideal, um propósito que seja. A Deus dará , ninguém pertence a ninguém, a moda agora é namorar pelado, trocar de parceiros como se troca de roupa, contrair doenças, usar droga para ser legal pra uma turma e assim onerar o sistema único de saúde com seus problemas, suas doenças que poderiam ter sido evitadas. Anarquismo pessoal, os aborrecentes, a geração corta e cola sabe da sua vida, é dona do seu nariz e não aceita pitaco dizendo com desprezo: Grandes cabaços esses nossos avós, esses velhos todos e todo o mundo!

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