12/02/2010

Sadness .-.

Acordou com sono, quis que fosse cedo pra poder dormir mais um pouco e fugir de uma coisa inevitável o maior tempo que pudesse, acreditando que debaixo do edredom, embora fizesse calor, nada a afetaria. Mania de criar ilusões pra tudo nessa vida, desde pequena o edredom funcionava como escudo para o bicho papão e a escuridão de lá de fora.
Já era tarde da manhã. O celular tocou. Uma notícia que deveria ser boa a despertou de vez. A mesma notícia a impulsionou para fora da cama, fazendo-a pensar no que deveria fazer e em quanto tempo, para que tudo cronometradamente desse certo e a levasse ao seu destino final do dia. Tomou banho. Comeu sucrilhos. Pintou umas coisas para seu avô. Assistiu um pouco de televisão. Viu notícias sobre o seu time de futebol. Almoçou. Hora de dar tchau. Pegou o ônibus das três que passava na pista em frente da saída do condomínio de chácaras onde seus avós moravam. Chegando em casa então ela chorou. Chorou só, juntou tudo aquilo que a engasgava fazia tempo e não fazia bem, botou pra fora. Mas não botou tudo, guardou o restante, continuou a se martirizar ao longo da noite, com choros abafados e escondidos.

Mágoa antiga deixa a gente pra baixo.
Eu sei bem como é.

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