22/12/2009

Vai vendo.

Estamos muito preocupados com as nossas atitudes perante uma sociedade. Somos todos hipócritas, não somos o que verdadeiramente somos ou deveríamos ser. Tanto tato para encobrir uma verdade. Deveríamos ser mais sinceros com a gente mesmo e com as pessoas ao redor. Parar com essa história de colocar panos quentes. Soltar mais as nossas feras. Dar ou indicar simancol pras pessoas sem noção, sabe? Deixamos os outros tomarem conta da nossa vida numa boa (já que não somos capazes de cuidar dela). Palhaçada. Tenho vergonha do que somos. Tenho vergonha e não é alheia. Estou me incluindo nessa patifaria que é viver, que é ter que fingir. Estou cansada de gentinhas, povinho mexeriqueiro, que se diz muito bom, muito correto mas é podre, é sujo, é vil. Uma tem carinha de boa moça, boa esposa, boa mãe. Não passa de uma jararaca, surucucu, suçuarana. Com seus tentáculos e suas unhas bem feitas manipula as pessoas ao seu redor, só quer que a sua vontade seja atendida. Chega do seu papelzinho ridículo. O outro tem que comer o diabo que o pé amassou com o pão e não toma partido nenhum. Prefere viver pacificamente, tendo roupa lavada, comida passada do que efetivamente colocar em risco a sua vida de conforto, no fundo, mas nem tão no fundo assim, infeliz. A outra vivendo em seu mundinho fechado, incrível, com seus paetês coloridos, fingindo também uma felicidade, suportando até onde der, planejando uma fuga de casa para quando encontrar o pote de ouro no final do seu arco-íris onírico. Falar, falar, falar mal. Fala na cara, alivia bem mais. É que me faltou oportunidade. Mas não há de faltar. Então falará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário