25/01/2010

Será que eu escutei o que ninguém dizia?

Sinto-me inanimada na igreja, por isso deixei de frequentá-la há alguns anos. Muitos motivos me levaram a tomar essa decisão. Aquele folhetinho contendo todas as respirações e ações que os fiéis devem fazer me parece script de uma novela sem emoção e que aos poucos perde toda a sua audiência. Eu não enxerguei durante anos a hipocrisia que muitos levam às missas e consigo sempre. Afirmam, no clímax da celebração, nos adesivos de seus carros, nas imagens em carteiras, pingentes em colares, camisetas, fitinhas etc que Jesus Cristo é a salvação, é amor, é paz, é ajudar e amar o próximo. Mal saem da igreja, lá dentro mesmo, olham com desprezo aquele mais humilde nas suas roupas, aquele que não pôde levar um lanchinho para compartilhar com os outros no final da missa.
Como dizem que os fiéis é que são a igreja, prefiro ser fiel sozinha, acreditar no que me convém e praticar aquilo que me deixa feliz e me traz paz ao espírito, ao ter que compartilhar o mesmo ambiente que outros "seguidores fiéis", ouvir palavras de outro ser nada exemplar, arcaico e que fala em aramaico e não faz o mínimo esforço de ser verdadeiro ao seguir o seu roteiro imutável.
Também não me sinto a vontade em um lugar que me imponha a frequência, cuida dos meus atos, me proibe ser livre, segregando-me aos poucos das outras pessoas, amigos antigos, família e círculo social por me fazer escrava da fé, da igreja, do culto. Não aprecio os pastores, roucos de tanto gritar, ricos de tanto roubar.
Eu, como jovem estudante e ser humano pensante provido de inteligência, sei bem como a instituição sacra, igreja católica, se firmou. Repressão, injustiças, punições marcaram essa história de propagação da fé. Sei também que outras religiões foram criadas posteriormente para tentar mudar alguns conceitos e formas de evangelização. Por enquanto nenhuma dessas me apetece. No auge dos meus dezenove anos, concordo com Nietzsche quando ele diz que "a religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas". Fiz catequese, primeira comunhão, crisma. Porém cresci, mudei um pouco, enxerguei algumas coisas que não me agradaram, passei a rejeitar injustiças e fico maluca com cabrestos.
Respeito o semelhante e seu livre arbítrio de ser o que quiser, seguir a quem deseja, manifestar a fé que seja, no entanto...

EU NÃO VOU ME ADAPTAR, ME ADAPTAR!
NÃO VOU ME ADAPTAR!
Eu não vou me adaptar!
Não vou!
Me adaptar!... (8)

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