09/05/2011

Nádegas a declarar.

A pessoa desbundada sofre deveras mais do que a pessoa despeitada.

A desbundada jamais saberá o que falam por trás dela quando ela passa a não ser que o seu olho traseiro consiga visualizar tão bem quanto sente. A despeitada, por sua vez, tem a possibilidade de perceber olhares e comentários acerca do seu despeito. A despeitada também pode estufar o peito e seguir em frente, se ela estiver com a estima lá em cima. Nenhum homem deve se lembrar de uma mulher que não tem peitos do mesmo jeito que se lembra da que não tem bunda. A sem bunda é marcante.
Brasileiras desbundadas sofrem ainda mais, uma vez que grande parte da nossa fama no exterior é devido ao atributo volumoso que acompanha o corpo da grande maioria, ainda que não seja mérito portar tamanha musculatura na região glútea se há pouca massa cinzenta pensante. E sofrem ainda mais porque se estabeleceu uma ditadura das bundas grandes no país. Sintam o seguinte caso: A mulher desbundada decide comprar uma calça jeans maravilhosa que viu na vitrine de uma loja e descobre que a calça é desprovida de lycra. Eu digo pra vocês, NÃO COMPENSA nem provar a calça. Ficar passando vontade pra quê? É muito pano pra pouca bunda e o pano não vai colar nas suas nádegas. Na primeira sentada que a mulher der o tecido já empapuçou tudo. Então se ela decide levar a calça mesmo assim, a desprovida de bunda só vai enganar a si. Chega em casa, o namorado ainda tem a petulância de fazer um comentário do tipo "nossa mor, essa calça tá meio larga". Aí a mulher, no meio de uma crise da consciência ou eureka ou insight, chamem como quiser, diz: "NÃO, ela não está larga, SOU EU que não tenho bunda. Tá feliz agora?" e assim criou-se um desconforto muito grande no relacionamento da mulher com seu respectivo parceiro.
Conselho da noite: mulheres desbundadas, prefiram calças com lycra. E digo mais, com o cós alto, mas não tão alto que cubra seu umbigo. A intenção é ficar sensual ou simular a existência de uma bunda ali naquela planície. Acho que pior que desbundada é desbundada com o cofre aparecendo. Não cometam esse crime com vocês mesmas.
A despeitada bota um bojo, silicone, meia, estufa o peito ou aprende a viver com a situação. Já a coitada da sem bunda, vai fazer o quê? Nem sonhar com a entrada num grande grupo de funkeiras ela pode. Silicone na bunda? Não sei se o produto final ficará tão digno quanto mereceria. Ainda por cima, recebe apelidinhos carinhosos e a título de ilustração vou colocar aqui o menos maldoso: Fiat Uno. Jacaré também é bonitinho, né, gente?

Exageros e sarcasmo deixados de lado, me pronuncio em meu nome, sou aquela que não tem grande coisa de bunda, e em nome de todas aquelas que se sentem constrangidas de ter que subir uma escada sabendo que outra pessoa atrás a observa, se sentem constrangidas quando emagrecem e a primeira coisa que se esvai é o bumbum e por aquelas que simplesmente gostariam de ter uma bunda pra chamar de sua.
Mas ó, fica mais uma dica na noite: mais importante que bunda é ter jogo de cintura. Treinem e acreditem no potencial do seu rebolado.

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