02/10/2009

Pressão psicológica disfarçada

O meu tempo não é igual ao dos meus pais. Hoje eu devo falar inglês e espanhol, no mínimo. Hoje eu devo fazer faculdades, pós graduações, especializações. O meu tempo é outro, a globalização é a velha onda, o império do Capital faz a sua rotineira ronda e não há nada de novo. Ou nos adaptamos ou...

Já faz tempo nos tornamos super heróis. Tivemos que encontrar meios de sobreviver, viver, estudar, acompanhar inovações tecnológicas, trabalhar e até mesmo respirar e aceitar que estamos sendo trocados por máquinas. Entregar no prazo, não chegar atrasado, não matar, não roubar.

Fazer o que o mercado de trabalho nos impõe, sermos os robôs ideais, seguirmos pela porta estreita do caminho de Deus, sermos formados em boas universidades não traz exatamente o que precisamos, ou seja, a felicidade ou o emprego ideal, aquele dos sonhos. Por mais super heróis que sejamos ainda não conseguimos fazer tudo o que queremos. Portas não se abrem, crises nos atacam...

Concorrência, desigualdade social e mais inúmeros fatores fazem com que muitas pessoas percam seus sonhos e, consequentemente, sua vida. Sem vida, sem trabalho, sem honra. Têm muitos doutores formados em garis. Tem muita gente querendo ser gente. Tem muita gente mudando para o mundo e eu me pergunto "pra quê?". Tem muita gente morrendo mas que continua viva. Desse jeito não dá para ser feliz. Ou nos adaptamos ou... nos cansamos de ser éticos, íntegros, cidadãos solidários, respeitosos e sensíveis e fazemos como a formiguinha do conto de La Fontaine faria nos dias de hoje, mandamos todas essas regras de conduta e desafios e exigências impostas pelo mercado de trabalho para a puta que o pariu. Pelo menos vamos ter uma cela separada, comida, teto...

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