31/10/2009

"Cuidando" dos nossos semelhantes

Desde os primeiros tempos os seres humanos precisaram encontrar uma forma harmoniosa para viver entre os seus parentes e as demais pessoas ao redor. Dentro de cada família, por exemplo, há um código de conduta que rege todos os atos e cada família também possui seu modo específico de educar os seus filhos: umas educam com amor, outras com severidade, outras sabendo dosar um pouco dos dois. Como aquele ditado que diz que "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher" com a criação dos filhos é a mesma coisa.
O problema maior dos seres humanos, na verdade de alguns, não está relacionado ao fato de criar os próprios filhos como querem, mas em se intrometerem na criação do filho de outrem. E quando eu escrevo isso não quero dizer no sentido literal mas no sentido de julgar as atitudes dos pais para com os filhos.
Exemplo dessa intromissão é o caso recente em que um turista italiano foi preso por beijar nos lábios a filha de 8 anos. Vejam bem, um "selinho", uma forma inocente que se usa na família deles para demonstrar afeto. Para muitas pessoas, o selinho tem forte conotação sexual, principalmente entre pais e filhos. Então eu me pergunto, como é que Carla Perez, Sheila Carvalho e Mulher Melancia estão soltas por aí? Ditaram e ditam novas formas de dançar e atingem principalmente o público infantil com seus temas no havaí, na floresta, na pegada do bambolê, dança da garrafa, do créu e assim por diante... (acabo acreditando que tais temas nada tiveram de apelo sexual...)
Estão soltas por aí... mas, afinal de contas, confundir música com sexo é um risco, não é? Ainda mais na idade em que os desejos crescem. Estão soltas por aí e amor explícito entre pais e filhos não pode, implícito em músicas desse escalão pode!
Outro caso de intromissão ocorreu quando um jovem beijava a mãe na rua e algumas pessoas sugeriram, maldosamente, que não eram parentes. Ele foi acusado de delito, parecido com o turista italiano, e bem, aqui eu afirmo que o problema maior não foi o selinho, mas sim um outro, seríssimo, o preconceito. O jovem, 17 anos, é negro, a mãe, branca.
Se já o universo familiar de cada um de nós tem problemas demais é melhor pararmos de procurar pêlo em ovo, se é que vocês me entendem.
Enquanto não dermos um fim aos nossos mais primitivos preconceitos e conceitos de "qualquer espécie" não poderemos ser juízes de vidas alheias, porque simplesmente não somos imparciais, ou melhor, não somos perfeitos.

Um comentário:

  1. Nate,como assim vc não divulga seu blog pros amigos?
    amei o texto, vc escreve muito bem!

    dá uma olhadinha no meu blog tb:
    http://producaopoetica.blogspot.com
    Bju
    =)

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