10/06/2009

Intolerância e preconceito: duas faces do mesmo problema

O Homem não consegue viver pacificamente com as diferenças, isto é fato, e não é um caso da atualidade. Basta retornar nossos olhares para o início da Era Cristã, época em que os romanos expulsaram os habitantes da Palestina, os Hebreus, hoje chamados de Judeus ou israelenses que, inclusive, estão em constantes embates com os Árabes (ou palestinos) e os países vizinhos, pela consolidação do Estado de Israel. Posso dizer, com certeza, que apesar da diáspora ter ocorrido há muito tempo, esse fato não exclui outros semelhantes e mais antigos, causados por mínimas diferenças e até mesmo uma neodiáspora.
Não creio que em certo sentido tudo o que fazemos é regido pela nossa biologia e nem que os limites biológicos que possuímos, como exemplo sermos “escravos” do sono, da alimentação e do descanso, sejam capazes de incitar-nos um comportamento específico que nos angustia e nos força a agir de tal forma, utilizando a agressividade e a xenofobia como válvula de escape para essas tais limitações biológicas. Se fosse assim, a homossexualidade poderia ser explicada dessa forma: o indivíduo nasce predestinado a ser gay e jamais vai se interessar por outra coisa, porque seus genes e toda a sua biologia regeram-no para ser assim, sem ser levado em consideração o livre arbítrio de cada um de nós.
Não foi a biologia de toda uma minoria branca da África do Sul que segregou a maioria negra de 1948 até 1994, movimento conhecido como Apartheid, impedindo essa maioria até de freqüentar os mesmos lugares públicos que os demais. Esse regime racista que foi o maior da história do século XX e que remonta à chegada dos holandeses e franceses no século XVII e ao domínio inglês no século XIX, pode ser explicado se considerarmos a biologia desses povos como um todo? Ou então podemos nós, apegar-nos à idéia de que vieram ao mundo predestinados a segregar os negros? Não, não pode ser explicado dessa forma e eu insistirei nesta tecla até quando puder.
Ao invés de preocuparmo-nos com explicações fajutas a respeito do comportamento dos seres humanos, por que não passamos a prestar atenção, a dar-nos conta do que acontece ao nosso redor? Grupos extremistas estão ganhando força, ações de skinheads, neonazistas, estão salpicadas por aí, apoiados discretamente por quem não suja as mãos na violência racista. Prestem atenção ao bullyng, dentro das escolas, clubes...
IDPs, como são conhecidas as pessoas que são perseguidas por motivos religiosos, políticos e raciais dentro do próprio país, estão refugiando-se cada vez mais em outros países, vindos geralmente da Bósnia-Herzegovina, Sri Lanka, Rússia, Afeganistão entre outros países com governos fundamentalistas, formam a estatística de que em cada 280 pessoas no mundo, 1 seja refugiada, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas (ACNUR), órgão criado em 1951 para (tentar) solucionar essa situação, dos refugiados, que é uma das grandes tragédias da atualidade.
Atualmente existe intolerância e preconceito contra etnias, raças, religião, política etc, assim como antigamente, muito antigamente. É um problema global, mas que passamos a conviver de mãos dadas e deixamos imortalizar quando ouvimos, rimos e passamos adiante alguma piadinha sobre judeus, negros, baianos, turcos, portugueses, gays, loiras, beatas, e mais uma extensa lista com alguns dos famosos personagens que costumamos satirizar e, se você souber alguma piadinha sobre algum deles...

3 comentários:

  1. é bomm sim , mais me deichou mais confusa , queria comentarios sobre o que leva a intolerancia , as caracteristicas de uma pessoa intolerante , e que falasse desse assunto como a base do preconceitoo ! *-*

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  2. Tema interessante. Mas foi abordado muito genericamente.

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