18/12/2011

Isso é só o fim

Botei meus óculos para poder enxergar melhor o que eu pretendo relatar nas seguintes linhas. Trata-se de um final. Vou começar falando de finais. Estes podem ser felizes, tristes, abruptos, românticos e sentimentais, molhados e ao mesmo tempo secos. Mexem com a gente, não mexem com a gente, são difíceis de serem encarados, ou não, mas não passam imperceptíveis nem sob o olhar do mais desatento dos não-observadores. O prazer que se tem com a finalização de algo que custou caro para as mãos, coração, vistas, glândulas lacrimais e sudoríparas se esconde ou se mostra, se vive ou se deixa viver. O fato é que as construções, os relacionamentos e as longas caminhadas tem seu começo, seu meio e seu fim. Não tem como escapar disso. O fim está sempre a espreita, esperando seu momento de acontecer. Nunca se sabe aonde uma despedida ocorrerá. Porém despedida não trata do mesmo assunto que trata o fim, necessariamente. Mas despedidas e finais andam de mãos dadas. Fim é fim. Não costuma trazer à tona o que outrora outros meios trouxe. Despedida pode anteceder um novo reencontro. Despedidas podem conter finais. Porém finais não podem conter despedidas. Conter: Compreender na extensão, na capacidade, na substância; Encerrar; Manter em certos limites, impedir de avançar; Disciplinar os sentimentos, dominar-se. Então é isso. Não pude conter certas lágrimas que deram ao cabo de terminar de destruir-me. Quando retiro meus óculos é que percebo que algo me fazia falta nesse tempo. Eram os óculos. Mas ainda falta algo mais...

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