18/05/2011

Comportamentos

Podemos modelar nosso comportamento de acordo com o ambiente em que estamos inseridos. Somos plásticos, mutáveis, influenciáveis e sofremos degradação. As nossas qualidades não nasceram conosco, mas atualmente exibimos inúmeras. Algumas qualidades despontam mais que outras. Eu poderia ser o pior ouvinte do mundo, mas sou forçado a ouvir, em certas ocasiões. Eu poderia ser uma pessoa muito desonesta, mas sou honesta ao lidar com minha família. Nossa personalidade, esse nosso gênio, desenvolvemos ao longo dos anos. Nascemos crus. Fomos forçados a adotar uma postura de acordo com as diferentes experiências vividas. Nossos traços característicos continuam a evoluir e a amadurecer, ainda respiramos e mantemos contato com o mundo. Alguns traços mudaram bastante na adolescência. Outros mudam agora, nesse instante. Podemos mudar depois de ler um livro, assistir um filme, decepcionar-se ou surpreender-se com a atitude de um qualquer ou de alguém que exerceu influência na nossa vida. Podemos também fingir que nada está acontecendo e modular os nossos comportamentos de acordo com a nossa vontade. Muito mais fácil nos acomodar e esperar que o mundo gire ao redor do nosso umbigo.

O desafio para nós, seres humanos, por vezes, é definir quais traços do nosso caráter precisam ser trabalhados e aceitar que certos comportamentos, por mais que tenham sido expressados ao longo de uma vida inteira e tomados como verdade universal, não cabem mais numa determinada conjuntura. Não precisamos ter mais perdas do que ganhos para compreendermos isso, mas as vezes uma única perda pode ser derradeira para o choque de realidade que precisamos sentir para acordar.

Viver não é fácil, por vezes é um soco no estômago.

09/05/2011

Nádegas a declarar.

A pessoa desbundada sofre deveras mais do que a pessoa despeitada.

A desbundada jamais saberá o que falam por trás dela quando ela passa a não ser que o seu olho traseiro consiga visualizar tão bem quanto sente. A despeitada, por sua vez, tem a possibilidade de perceber olhares e comentários acerca do seu despeito. A despeitada também pode estufar o peito e seguir em frente, se ela estiver com a estima lá em cima. Nenhum homem deve se lembrar de uma mulher que não tem peitos do mesmo jeito que se lembra da que não tem bunda. A sem bunda é marcante.
Brasileiras desbundadas sofrem ainda mais, uma vez que grande parte da nossa fama no exterior é devido ao atributo volumoso que acompanha o corpo da grande maioria, ainda que não seja mérito portar tamanha musculatura na região glútea se há pouca massa cinzenta pensante. E sofrem ainda mais porque se estabeleceu uma ditadura das bundas grandes no país. Sintam o seguinte caso: A mulher desbundada decide comprar uma calça jeans maravilhosa que viu na vitrine de uma loja e descobre que a calça é desprovida de lycra. Eu digo pra vocês, NÃO COMPENSA nem provar a calça. Ficar passando vontade pra quê? É muito pano pra pouca bunda e o pano não vai colar nas suas nádegas. Na primeira sentada que a mulher der o tecido já empapuçou tudo. Então se ela decide levar a calça mesmo assim, a desprovida de bunda só vai enganar a si. Chega em casa, o namorado ainda tem a petulância de fazer um comentário do tipo "nossa mor, essa calça tá meio larga". Aí a mulher, no meio de uma crise da consciência ou eureka ou insight, chamem como quiser, diz: "NÃO, ela não está larga, SOU EU que não tenho bunda. Tá feliz agora?" e assim criou-se um desconforto muito grande no relacionamento da mulher com seu respectivo parceiro.
Conselho da noite: mulheres desbundadas, prefiram calças com lycra. E digo mais, com o cós alto, mas não tão alto que cubra seu umbigo. A intenção é ficar sensual ou simular a existência de uma bunda ali naquela planície. Acho que pior que desbundada é desbundada com o cofre aparecendo. Não cometam esse crime com vocês mesmas.
A despeitada bota um bojo, silicone, meia, estufa o peito ou aprende a viver com a situação. Já a coitada da sem bunda, vai fazer o quê? Nem sonhar com a entrada num grande grupo de funkeiras ela pode. Silicone na bunda? Não sei se o produto final ficará tão digno quanto mereceria. Ainda por cima, recebe apelidinhos carinhosos e a título de ilustração vou colocar aqui o menos maldoso: Fiat Uno. Jacaré também é bonitinho, né, gente?

Exageros e sarcasmo deixados de lado, me pronuncio em meu nome, sou aquela que não tem grande coisa de bunda, e em nome de todas aquelas que se sentem constrangidas de ter que subir uma escada sabendo que outra pessoa atrás a observa, se sentem constrangidas quando emagrecem e a primeira coisa que se esvai é o bumbum e por aquelas que simplesmente gostariam de ter uma bunda pra chamar de sua.
Mas ó, fica mais uma dica na noite: mais importante que bunda é ter jogo de cintura. Treinem e acreditem no potencial do seu rebolado.