30/07/2009

O amor não tem GPS, baby

Ele? não trabalha com amor, só com cheque ou VisaElectron. Pior do que deixar ao acaso, que jamais abolirá a saudade é que o nosso caso já virou questão de azar e sorte.

adaptado de um conto de Xico Sá, cujo título é o mesmo ou quase isso .-. não me lembro

27/07/2009

Sono, sono, sono, sonin, shiiiuuu

Todo dia, exceto nas suas folgas, ele faz tudo absolutamente igual. Não que precisasse, mas porque gosta de tudo certinho. Logo se vê pela sua profissão. Fiscaliza tudo e todos. Celulares no trânsito, transeuntes, passageiros e passarelas. Sua vida poderia ser melhor se não fosse um inconveniente senhor, que Deus o tenha, digo isso pelo respeito que meus pais me ensinaram ter, ter acabado com uma parte de sua vida num acidente. E a vida de outras pessoas também, mas resguardo-me a falar pouco dos alheios nessa história. Como ia dizendo, ele acorda, usa o banheiro, passa o fax, toma banho e vai labutar. Haja vista que trabalha em pé, o dia ou a noite toda, dependendo da sua escala e fica muito cansado. O seu problema na perna e o cansaço não o impossibilita de fazer comida ao chegar em casa. E a faz deliciosamente bem. O seu feijão... humm. Liga a tv. Randossintoniza um canal. De preferência os que passem desenhos, porque ter idade é uma coisa, amadurecer é começar a ficar podre e isso ele está longe de se tornar. Prato na pia, organizadamente embaixo do tacho de feijão, com os talheres mergulhados em água. Goles de Coca. Sofá. Sono, sono, sono, soninho, sonin, shiiiiuuu... dormiu.

Sou simpris. Uso cocolgate


Essa maré de ser pobre andou desgastanto minhas companheiras de aventuras sempre boas e novas, que na verdade estão um tanto velhas, havaianas, que antes eram brancas e agora estão amareladas. A grana tá preta mas o dente ainda continua branco. A pasta de dente ainda dá pra comprar.


23/07/2009

SuperGrass



We are young,
we run green,
keep our teeth nice and clean
see our friends
see the sights
feel alright :)

We wake up,
we go out,
smoke a fag,
put it out,
see our friends,
see the sights,
feel alright =]

Are we like you?
I can't be sure!
On the scene as she turns,
we are strange in our worlds,
but we are young,
we get by,
can't go mad,
ain't got time,
sleep around if we like,
we're alright ;D

Got some cash,
bought some wheels,
took it out,
'cross the fields,
lost control,
hit a wall,
we're alright \o\

17/07/2009

Texto

Parágrafo
Letra Maiúscula
Idéias
Ponto final

14/07/2009

cabeça vazia: oficina do diabo

férias:

preguiça
revisão de conceitos
tempo
calma
filmes
televisão

amigos:

poucos
dedos da mão
pra sempre
pra agora
pra ontem
sinceridade
hipocrisia
esporádicamente

perfume:

mãe
pai
gordo
marcela
velha chata que vende natura

cobertor:

rep

tato
leão
mendigo

jota quest:

ônibus
sétima série
raquel
casa da frente
cd do camelô

gloss:

joydson imitando a larissa paranormal
barbie
michele
unimart

cheddar:

pizzaria
cheddarg (histórico)

cachorro quente:

dona lurdes
gi
purê
limeira
santos
terça-feira
yasmim
japonês
vontade

tampico:

passeio de escola pra porto-feliz
vô tuty
lanchonete do covabra
salsicha empanada

sanduiche de salame:

fer
zamarion
californiano mcdonalds
catchup

bicicleta:

rolês no bairro
quedas
aventuras
altas risadas
histórias até umas horas
amigas
adolescência

05/07/2009

Tampa de privada.

Ela sempre foi só. Ela por ela e pouca gente pra ajudar. Foi feliz quando podia e quando tinha felicidade pra ela. Procurou amor em poucas esquinas. Esperou encontrá-lo casualmente num bar a meia luz vestindo uma beca importada, cheio das finesse, se é que vocês me entendem; ou quis por toda a vida encontrá-lo vestindo uma roupa esportiva cheio de suor e com aquela pizza debaixo do braço, de um jeito sexy, se é que vocês me entendem.
Estudou muito, até mudou de sua cidade pra estudar. E foi o que fez por muitos anos. Morou em diversas repúblicas mas nenhuma delas tinha tampa na privada. Tampa na privada é artigo importantíssimo pra uma mulher, ainda mais uma mulher como ela, delicada e um pouco neurótica com relação a higiene do lar, portanto ter uma tampa siginificava para ela que o vaso sanitário ficaria fechado e os coliformes fecais não teriam outra alternativa a não ser estarem fadados à morte por asfixia, não oferecendo riscos à sua saúde. E nunca houve tempo para comprar a tal da tampa. Passava os dias preocupada em como seria o dia seguinte e as noites encarregando-se de encher sua cabeça com a dramaturgia das 6, 7 e 8. Nunca lembrava da tampa quando ia ao supermercado e as vezes fingia que não lembrava, mas isso só quando o dinheiro não dava. Morar em república não é coisa fácil. Vai muito dinheiro em fast food, ou melhor, junkie food. O problema é quando castigava o trono depois de uma comida dessas. Era aí que se lembrava da tampa.
O fato é que os dias foram voando e eis que em seu colo aterrissou uma boa oferta de emprego. E o amor mesmo só decolava... e ela o via, ou melhor, ela o idealizava pela janela do seu windows todos os dias, procurando-o em sites de relacionamento. Embarcou na nova jornada de sua vida, foi carola no seu emprego, deu realmente tudo de si. Foi bem sucedida, comprou móveis, sofá e até aquele fiat 147 tão sonhado. Esqueci de falar que ela também mudou de casa. Foi morar num lugar bacana, com flores na sacada, um vizinho irreverente que cantava ópera profissionalmente e tinha um poodle toy, comprou um tapete style cor de abóbora na tokstok mas faltava algo mais...
Estudou tanto, deu tanto de si... mas nunca deu algo que fosse além dos limites do que acreditava ser boa moça e cabe aqui a sua virgindade, o seu olhar, o seu calor e muito mais que não cabe a mim dizer por respeito àquela moça.
Mas faltava algo mais... Faltava a tampa da privada, que também era ausente na nova casa da sacada com flores.
Foi à lojinha da esquina, a lojinha do japonês que fazia permanente no cabelo e se embrenhou na mata das porcarias importadas dos tigres asiáticos em busca de uma tampa nem muito simples, nem muito branca, nem muito marrom brochante, se é que vocês me entendem. E achou!
Instalou a tampa no seu vaso, colocou até um quadro no banheiro pra deixar o ambiente mais fashion e pediu pizza pra festejar.
Tomou um banho rápido, colocou bobs nos longos cabelos ruivos naturais, porém lisos, no melhor estilo Dona Florinda e passou máscara de pepino no rosto enquanto a pizza estava para chegar.
O interfone tocou, era o porteiro avisando que a pizza de quatro queijos sem gorgonzola tinha chegado. Desceu daquele jeito mesmo, esperando encontrar um homem gordo com camisa regata engordurada e jaqueta de couro sob uma motinha 100cc arrebentada. Mas não foi bem isso, encontrou um rapaz de meia idade, barba rala, roupa elegantérrima e um perfume de fragrancia levemente amadeirada e detalhe: encostado no seu mustang preto insulfilmado dizendo que era o dono da pizzaria e estava ali porque o movimento das entregas estava grande e por isso ele estava entregando as pizzas pessoalmente para dar uma força nos pedidos.
Olhares se entrecruzaram, pegou a pizza, pagou, subiu pro seu apê, se deliciou e estreiou a tampa. Dormiu feliz como um anjo. O amor finalmente havia chegado para ela.